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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O Protestantismo e o Estado de bem-estar social Dois elementos caracterizam os países escandinavos: o protestantismo histórico e o Estado de bem-estar social. Com maiores índices de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), Noruega, Suécia, Islândia e Dinamarca desbancam países de maioria católica, como Polônia, Espanha, Malta, Andorra. Mas à que se deve o crescimento verificado nos países escandinavos? Poderíamos atribuir ao Protestantismo Histórico, ou a política de bem-estar social promovida pelo Estado? São processos combinados, intercalados, indissociáveis? Seja qual for a posição defendida, o fato é que os Estados Escandinavos são exemplos de como um Estado deve funcionar, da maneira como deve se dirigir ao povo, aos cidadãos de seu domínio. Desenvolvido a partir da década de 1930, o Estado de bem-estar social foi principalmente impulsionado pela Social-Democracia, em um meio caminho entre o capitalismo e o socialismo. Passou por um período de crise na Inglaterra, sendo substituído pelo Neoliberalismo – fato que ocasionou a perda de direitos adquiridos, levando a uma nova crise social. Nos países nórdicos, no entanto, o modelo progrediu e hoje é referência mundial em "políticas públicas". Diferente de alguns países latino-americanos – que tratam as "políticas sociais" como assistencialismo -, os países escandinavos as veem como um "investimento", uma maneira de "impulsionar o crescimento". É o que defendia o sociólogo, economista e social-democrata sueco, Gunnar Myrdal (1898-1987). Anúncios Google A lógica é a seguinte: com a população desfrutando de bens públicos de qualidade, obviamente haverá reflexos no mercado de trabalho, na economia nacional. São elementos, características, indissociáveis. Matéria publicada em 2013 pela The Economist (revista com base em Londres, Inglaterra), afirmou que os "países escandinavos são provavelmente os melhores governados no mundo". No mesmo ano, um relatório da ONU (o World Happiness Report 2013), sublinhou que os países mais "felizes do mundo estão localizados no norte da Europa, e tem a Dinamarca como cabeça". Além de melhor IDH do mundo, os nórdicos também possuem o mais alto PIB (Produto Interno Bruto) em relação a outros países desenvolvidos. Prova do Estado de bem-estar social, a primeira vítima fatal da polícia islandesa ocorreu em dezembro de 2013, quando um senhor de menos de 60 anos foi morto após troca de tiros. Foi um "incidente sem precedentes", demonstrou o chefe de polícia nacional, Johannessen, em uma coletiva com a imprensa em Reiquejavique. Diretamente ligada à pobreza, ao baixo nível social de um indivíduo, a violência é característica comum não somente de países subdesenvolvidos, mas também dos que ficam ao Norte do hemisfério, como Estados Unidos e Canadá. Apesar de avanços econômicos, a ausência de políticas sociais nestes países levou à formação de "bolsões de pobreza", de "núcleos de violência urbana", típicas de cidades como Nova Iorque, São Francisco e Quebec. O crescimento econômico não necessariamente acompanha o nivelamento social, como a exemplo do que ocorreu durante os anos de 1964 e 1985, no Brasil. Por exemplo, segundo matéria publicada recentemente pela revista Época, se "dermos à desigualdade notas de 0 a 100, pelo Índice de Gini (uma medida da má administração), a chaga aumentou de 53,5, em 1960, para 60,7, em 1990". Tal ocorreu, segundo a revista, pela combinação de vários fatores, "como as décadas de hiperinflação, a dificuldade de negociações trabalhistas durante o período e a ausência de uma rede de proteção social no país". Voltando aos Países Nórdicos (Escandinavos), o crescimento econômico se dá também em decorrência ao nivelamento social, à política de Estado de bem-estar social. Kevin Drum, em We Can Reduce Poverty If We Want To. We Just Have To Want To (Mother Jones, 26/9/2013), observou que o "modelo nórdico tem sido bem sucedido em amenizar significativamente a pobreza". Curiosamente, os países nórdicos estão entre os de maior número de protestantes históricos do continente europeu, sendo o Luteranismo o de maior predominância na Região. Há um indicador de que o principío evangélico dos crentes luteranos têm se mesclado às políticas de bem estar-social, em uma engrenagem jamais observada no subcontinente brasileiro, onde movimentos demonizam políticas sociais, de incentivo ao crescimento das camadas inferiores. Há uma verdadeira guerra de informações, de prenoções características do senso comum. O princípio científico de análise é que a Religião tem e pode fazer mais pela sociedade, pelo crescimento de todas as faixas sociais. Anúncios Google Marketing local no Google Apareça já para clientes on-line. 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Contato: pesquisasreligiosas@gmail.com Avaliar artigo 12345 0 Voto(s)FeedbackImprimirRe-Publicar Fonte do Artigo no Artigonal.com: http://www.artigonal.com/religiao-artigos/o-protestantismo-e-o-estado-de-bem-estar-social-7032240.html
O Estado Brasileiro é estruturalmente católico Apesar de oficialmente "laico" – fato que se deu com a Constituição de 1891 -, o Estado Brasileiro ainda é estruturalmente católico. Por três séculos "religião oficial", o Catolicismo perdeu parte de sua influência com a Proclamação da República, em 1889; no entanto, passados quase 125 anos, mantem sua presença na estrutura do Estado, em algumas repartições públicas, como cemitérios, hospitais, cartórios, câmaras, assembleias legislativas, fóruns. Mesmo símbolo universal do cristianismo, a cruz ainda é um elemento associado à Igreja Católica. Em cemitérios, padres realizam missas, atendem familiares durante velórios, acompanham autoridades. Capelas no alto de cemitérios também marcam a presença da Igreja, de sua influência na estrutura local. Hospitais públicos reservam espaços exclusivos para fieis católicos, com imagens de santos e altar para orações. Na verdade, a influência do Catolicismo sobre o Estado nunca deixou de existir, não obstante a separação entre a Igreja e o Poder Público, em 1891. Durante o começo do século XX articuladores católicos conduziram uma reaproximação com o Governo. Em 1930, com a ascensão de Getúlio Vargas à Presidência, uma nova relação foi estabelecida. Quatro anos depois, a terceira Constituição deu ao Catolicismo maior liberdade de circulação pelas repartições públicas, pelo sistema de ensino. Segundo o CPDOC (FGV), durante o período que vai de novembro de 1930 a julho de 1934, o "país viveu sob a égide da Assembleia Nacional Constituinte que foi encarregada de elaborar a nova Constituição brasileira que iria substituir a de 1891 [...] Para a Igreja Católica, o momento era de afirmação e de maior intervenção na vida política do país", aponta o estudo. Vieira de Souza, em Círculos Operários e a invenção da Igreja Católica no mundo do trabalho no Brasil: uma discussão historiográfica (UFRJ, 29/4/2007), destaca que "com Getúlio Vargas, a Igreja retomou alguns dos mais importantes espaços perdidos com o advento da República. (…) Neste período, a Igreja, através de suas lideranças, adotou posições que reforçaram a intervenção estatal através de um governo forte apoiado na ação e na formação de um consenso. Até 1943, a relação entre os dois poderes aqui comentados inseriu-se nesta perspectiva. O clero se posicionou como coadjuvante de uma política que buscava a harmonia social; sua ação entre os assalariados urbanos era centrada na questão da regulamentação das relações trabalhistas (…) em uma organização corporativa e das instâncias hierárquicas necessárias a intervenções culturais". Anúncios Google Terminada a Era Vargas, a Igreja manteve sua influência sobre o Estado, e o teste final se deu em 1964. O crescimento do movimento evangélico brasileiro, o baixo número de seminaristas, associado às mudanças estruturais decorrentes da gestão de JK, levou, nos anos anteriores ao Golpe, o País a uma nova realidade social, dimensional. A credibilidade da Igreja, e mesmo a sua existência estavam em jogo, naquele período. Era preciso encontrar um caminho, uma forma de prevenção contra "ameaças externas", e as igrejas evangélicas já eram vistas pela recém-formada Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB, 14/10/1952), como uma das "ameaças" à sua hegemonia. Neste sentido, a Igreja apoiou a derrubada do presidente constitucional, João Goulart, ao colocar a "máquina em funcionamento". O pequeno clero se mostrou resistente, mas não conseguiu superar as autoridades mais influentes, que conduziam os rumos da Igreja. Algo recorrente na História é o uso de "ameaças", de "bodes", de "comedores de criança" com o intuito de se justificar a manutenção de privilégios, do poder econômico. Foi assim durante a Idade Média, quando a Igreja acusou e perseguiu diversos grupos opositores, acusando-os de "adoradores de Baal", de "pactuarem com o inimigo". No achamento de Pindorama (Brasil, a partir de 1503), a ideia de "cristianizar" os aborígenes pagãos, de transmitir aspectos "civilizatórios", norteou os primeiros 322 anos da colonização das terras outrora pertencente aos caiapós, xavantes, tupi-guaranis, yanomames etc. O paganismo dos nativos teria de ser substituído pelo cristianismo dos escravocratas brancos, europeus, e coube à Companhia de Jesus cristianizar os nativos. Na segunda metade do século XX, foi desenvolvida uma campanha contra evangélicos e movimentos de defesa dos pobres, do homem do campo, dos explorados pelo sistema capitalista. No auge da ditadura militar, investimentos nas Organizações Globo tiveram um duplo propósito: promover interesses nacionais, oligárquicos, e a "defesa (nas palavras de Roberto Marinho) do cristianismo". Redemocratizado, o Brasil passou a ser palco do surgimento e crescimento de inúmeras igrejas evangélicas, das mais variadas denominações, das "três fases do pentecostalismo" (Paul Freston), em uma ameaça à hegemonia da Igreja Católica. Caricaturas em novelas, séries, denúncias em reportagens, traçaram um perfil distorcido do movimento evangélico brasileiro, de um grupo constituído por fanáticos, estelionatários, oportunistas. Somente após a morte do jornalista Roberto Marinho (2003) e a divulgação do Novo Mapa Religioso (que aponta o número de 42,5 milhões de evangélicos) teve início uma abertura à igreja evangélica. Houve um rompimento do monopólio católico nas mídias, nos meios de comunicação. Um crescimento inevitável! O Acordo Brasil-Vaticano (2009) assegurou ao Catolicismo uma posição privilegiada na estrutura do Estado brasileiro, apesar da crescente influência evangélica. A CNBB não apenas é vista como um órgão representativo da Igreja, mas como uma espécie de "braço consultivo do Governo", que fala em pé de igualdade com os Três Poderes, que impõe posicionamentos, que interfere em discussões no Legislativo. Houve uma redução da influência, evidentemente, mas estruturalmente a Igreja ainda se mantém no Estado, em suas várias repartições públicas, federativas. Em contrapartida, um número restrito de religiosos, de caráter extremista, passou a adotar medidas ou estratégias outrora utilizadas pelo Catolicismo, com rotulações, influência intelectual, desenvolvimento de "nichos de influência", de "manobra" com o intuíto de se mesclar ao Estado, à estrutura do Parlamento, em um caminho desvirtuado. Os 514 anos de influência da Igreja Católica sobre o Governo deve servir de exemplo quanto ao perigo de uma religião se apropriar do Poder, do Estado, do meio social. Anúncios Google Johnny Bernardo Johnny Bernardo -
Que sociedade estamos construindo Apesar de inegáveis avanços científicos, tecnológicos, culturais, a sociedade contemporânea ainda possuí resquícios primitivos e bárbaros. Vivemos a era dos extremos (posterior a do historiador Hobsbawm), dos posicionamentos políticos, ideológicos, científicos, que tem resultados ambíguos, diferenciados, contraditórios. Em análise sobre a "Laicidade do Estado" (cuja frase principal teve menção no Gnotícias) demonstramos que o mundo "caminha para teocracias, estados confessionais e um crescente fanatismo religioso". O prognóstico, que tem como base observações em países islâmicos, onde Religião e Estado se confundem, se mesclam no debate público, se estende a todas as regiões do mundo, e particularmente à porção norte do hemisfério. Não obstante alguns aspectos negativos da prática religiosa – particularmente quando analisamos grupos localizados, extremistas, que orbitam em torno de premissas políticas, ideológicas, que se sobrepõem ao secular, aos direitos constitucionais – a religião é um fator cultural, parte das sociedades primitivas, que inegavelmente tem contribuído com a construção de uma sociedade melhor, humanizadora, participativa. Seria impossível ao homem viver alheio a uma divindade, a uma crença, a uma tradição religiosa dada a sua necessidade de respostas, de apoio espiritual, de pertencimento. É uma questão indiscutível do ponto de vista sociológico, antropológico, histórico. Somos seres religiosos, que compartilhamos experiências e crenças pautadas em nossa doutrina. Por outro lado, há uma inegável crise de identidade em alguns países de maioria cristã, dada a influência (diria militante) de grupos que recorrem a termos chulos, a rotulações de personagens históricos, a lideranças acadêmicas, a postulações intelectuais. É comum o uso de princípios de Maquiavel – particularmente da conclusão de que os "fins justificam os meios" – na guerra contra os opositores, contra os inimigos. Justificam-se ditaduras como "necessárias ao nivelamento social", a torturadores como exemplos de "ética política, ideológica", a justiceiros que clamam por "linchamento dos malandros, dos marginaizinhos", aos defensores do "rebaixamento do papel feminino no meio social", ao ex-espião repaginado, contextual, que possui interesses conflitantes. Que exemplo grupos extremistas dão à sociedade, aos 95% de cristãos cuja fé é pautada pela compreensão, pelo compartilhar? Um posicionamento correto deveria ser o da balança, a do aproveitamento do que temos de positivo na sociedade. Em entrevista ao jornal Nosso Tempo, do Rio de Janeiro, sobre a polêmica em torno do suicídio, foi perguntado sobre as razões que levam grupos religiosos a suicídios coletivos. Nossa resposta foi (confira integra a seguir) no sentido de que o suicídio coletivo é parte da chamada "programação" que movimentos destrutivos promovem sobre adeptos. Neste sentido, o "direcionamento" é um dos principais motivos da histeria sectária, destrutiva, que corrompe as estruturas da humanidade, do núcleo familiar, da sociedade. Anúncios Google Um dos grandes problemas de alguns países islâmicos – a exemplo da Arábia Saudita e do Irã – é a tentativa de "imposição" do credo religioso a totalidade da população, do mesclar Estado e Religião, em um sistema teocrático que remete aos tempos antigos. É daí que surgem os extremismos, quando não se consegue distinguir o Estado da Religião, o Sagrado do Secular, o Meu do Outro. Dado os exemplos – e a crucificação de cristãos na Síria é um exemplo recente de extremismo – oriundos do universo islâmico, há de se pensar o Ocidente, da maneira como a sociedade ocidental deve se posicionar em questões não somente religiosas, mas também políticas. Na Europa, mas também nos EUA, o crescimento de grupos extremistas, xenofóbicos, tem como base ideologias de superioridade "racial" e "religiosa". Um grande perigo em ascensão. Pensando no Brasil, em nosso contexto cultural, social, político, religioso, há exemplos recentes de extremismo, de imposição ideológica e religiosa, que nos faz refletir sobre os erros dos estados islâmicos teocráticos. Que imagem está sendo construída? De que maneira estamos dialogando com a sociedade? Como encaramos problemáticas sociais como o aborto e o homossexualismo? De forma impositiva ou a partir de diálogos de alto nível? Particularmente somos contra o aborto, o homossexualismo e as políticas estatais de promoção de grupos específicos da sociedade, mas de que maneira refletimos sobre os temas levantados? Que linguagem está sendo usada no embate social? Temos uma nítida distinção entre Estado e Religião? É hora de parar e analisar! _____________________ Confira nossa recente entrevista ao Nosso Tempo. A problemática do suicídio Nosso Tempo. Em 20 anos, o número de mortes por suicídio no Brasil cresceu 1.900% na faixa etária de 15 a 24 anos. Podemos dizer que houve mudanças na forma como encaramos a morte hoje? Os altos índices de suicídio revelam uma realidade de banalização da vida? Johnny Bernardo. Estamos diante de uma tragédia, de uma problemática social, de abrangência mundial, e não apenas nacional. A globalização, a universalização das mídias, tem parte de culpa no sentido em que coopera com a destruição de conceitos, de culturas e de tradições de um povo ou de uma comunidade local. Ao mesmo tempo, traduz para as nações subdesenvolvidas particularidades degenerativas de alguns países desenvolvidos, com graves problemas sociais, como os Estados Unidos. Portanto, é preciso compreender o fenômeno social chamado "suicídio" a partir de particularidades universais, mundiais, pois influenciam na forma como os adolescentes pensam, entendem a sociedade, se relacionam em grupos. É um fenômeno mundial! Há uma fragilidade psicológica na adolescência que é agravada na medida em que fatores externos influenciam no modo de agir, de tomar decisões diante de "vergonhas", de "exposições" em redes sociais. Em resumo, pode se dizer que a grande exposição em mídias sociais impulsiona as taxas de suicídio no Brasil. Há uma banalização, diria, dos direitos, do particular, do privado, via bullying e cyberbullying, como foi o caso da adolescente Amanda Todd. Também podemos apontar a ausência de distinção entre o real e o virtual como um agravante em alguns casos de suicídio. Neste sentido, o distanciamento da família, da conversa no parque, no relacionar-se com grupos sociais (como em igrejas), cria uma distorção que acaba por incorrer em tragédias, como as veiculadas pela mídia. Não falar sobre o assunto ainda é a melhor saída, conforme preconiza a OMS, que pede restrições à imprensa ao divulgar dados e métodos empregados para suicídio? Acredito no poder das campanhas, das conscientizações públicas. Quanto aos meios de comunicação há, de fato, um sensacionalismo, um explorar exacerbado de ocorrências como casos de suicídio ou mesmo terrorismo, que tem um efeito negativo na sociedade. Programas policiais, por exemplo, extrapolam ao focar demasiadamente em tragédias públicas. Podemos concluir que há uma necessidade de regulamentação do que é exposto nas mídias, na forma como estas se dirigem aos cidadãos, para que não se universalize fatos isolados. A mídia deve ter um papel social, que é o de instruir, de orientar, e não de explorar fragilidades sociais com objetivos financeiros. Há algumas seitas que induzem seguidores à prática do suicídio coletivo. O que elas preconizam como um ato que vai de encontro ao que prega a maior parte das religiões? O suicídio coletivo – a exemplo do que ocorreu na comunidade agrícola de Jonestown, na Guiana, quando 913 seguidores do Templo dos Povos tomaram cianureto – é parte da chamada "programação" que seitas destrutivas promovem sobre adeptos. São características comuns: recrutamento, isolamento social e psicológico, doutrinação, mortificação, destruição da personalidade, dependência ou subordinação ao líder ou "messias" e, em casos extremos, suicídio. Na verdade, o suicídio é usado mais como um último recurso quando uma seita destrutiva se vê ameaçada pelo Poder Público. Para não colocar os recursos adquiridos junto aos adeptos em risco, se desenvolve uma saída espiritual, que é o suicídio como uma forma de "escape do inimigo que os persegue", ou como um meio de se "aproximar de Deus", do "Paraíso, onde o fiel não mais sofrerá perseguições". Também faz parte da programação encenações de suicídios e justificativas para um eventual "imolamento coletivo". São características de seitas ou movimentos destrutivos, que não encontra respaldo em outras religiões ou grupos dissidentes mais tradicionais. Para o cristianismo, o suicídio é um pecado tal qual o homicídio, condenado pelas Escrituras Sagradas.
Um repúdio ao extremismo religioso Acompanhamos com apreensão o desenrolar do sequestro de mais de 270 meninas de Chibok, no norte da Nigéria. Reivindicado pelo grupo islâmico Boko Haram, o sequestro comove pelo o fato de que a justificativa usada pelo movimento traz à tona questões humanitárias, dos direitos humanos, pois, ao ser contra a presença de mulheres em escolas – e o termo Boko Haram significa "a educação ocidental é um pecado" – dá uma clara demonstração dos males da intervenção religiosa na sociedade. Há alguns dias publicamos uma matéria na qual abordamos os perigos do extremismo religioso, da demasiada influência religiosa nas repartições públicas, na sociedade contemporânea. A análise – intitulada "Que sociedade estamos construindo" – parte do princípio de que "a religião é um fator cultural, parte das sociedades primitivas, que inegavelmente tem contribuído com a construção de uma sociedade melhor, humanizadora, participativa". Ao mesmo tempo, pontuamos "que seria impossível ao homem viver alheio a uma divindade, a uma crença, a uma tradição religiosa dada a sua necessidade de respostas, de apoio espiritual, de pertencimento". Apesar de reconhecer a importância da religião enquanto fenômeno social, demonstramos que a existência de grupos extremistas no seio de instituições religiosas é um perigo pelo o fato de que os focos existentes podem evoluir para extremismos com potencial capacidade destrutiva. No universo islâmico há, evidentemente, uma grande maioria de fieis que postulam por uma prática religiosa ecumênica, moderada, contextualizada no século XXI, nos avanços alcançados pelo Ocidente. No entanto, grupos fundamentalistas, militantes, caminham no sentido inverso ao recrutar soldados para suas fileiras, para seus campos de treinamento onde recrutas são treinados em táticas de guerrilha, induzidos a darem suas vidas em troca de um "paraíso de deleites sexuais". Nesta guerra ("santa") até mesmo crianças são recrutadas e submetidas a duros exercícios militares. Tal situação requer maior atenção de organizações reguladoras internacionais. Há que se destacar que o extremismo religioso não é um fenômeno isolado, de uma única instituição religiosa, mas possui resquícios em praticamente todas as religiões e crenças existentes no mundo. Quando grupos religiosos não mais conseguem distinguir a Religião do Estado, o Sagrado do Secular cria-se uma situação de conflito, em que a entidade se vê no direito de intervir em órgãos públicos, criar mecanismos que permitam a ela impor posicionamentos. Também há de se reconhecer que grupos isolados no cristianismo também possuem visões distorcidas da militância religiosa. Neste sentido, inimigos tornam-se amigos quando estes possuem alvos em comum. Torturadores, incitadores ao ódio e ao linchamento público, são tomados como "exemplos de ética". O extremismo é um mal que precisa ser rejeitado pela sociedade, estabelecendo no lugar uma sociedade acolhedora, de cidadãos que praticam suas crenças religiosas em consonância com os mais fracos, com os desprotegidos, com os divergentes. A sociedade precisa evoluir em cultura
O dia em que Paulo acabou com todos os filósofos Ao dizer que "temos a mente de Cristo", Paulo sentenciou que nenhum pensador não cristão pode produzir qualquer raciocínio que invalide ou suplante a hegemonia da teologia cristã. Em participação especial num curso de mestrado acadêmico em Filosofia, este articulista descobre, pasmo, uma verdade estonteante: aquilo que a Humanidade culta chamou de Filosofia pode se constituir num erro planetário colossal, absolutamente desastroso para o plano de resgate das almas humanas, operado por Deus. A forma como este erro se dá, seja no plano teórico ou prático, é aquilo que tentaremos explicar aqui. Paulo-escrevendo-3.jpg Parece haver com certeza duas grandes áreas no pensamento dos animais racionais deste planeta: aquela que pensa tudo a partir da premissa de que nunca houve um Criador para tudo aquilo que nossos olhos vêem; e a contrária, que pensa haver um Criador para tudo. É como a grande divisão da Humanidade feita por Lewis, onde 95% crê em alguma espécie de "deus", e a outra parte não crê (a mesma estimativa é passada no filme "Contato", baseado no livro homônimo de Carl Sagan). Esta divisão transparece cruamente em grande parte dos livros de filosofia, e alguns até fazem a citação por inteiro, como vemos em Engels, no livro "Ludwig Feuerbach e o fim da Filosofia Clássica alemã", (Cap. II): "A questão da relação do pensamento ao ser, do espírito à natureza, questão suprema de toda filosofia, tem, como toda religião, suas raízes nas concepções limitadas e ignorantes do período da selvageria humana. Segundo a resposta que dessem a esta questão, os filósofos dividiam-se em dois grandes grupos. Os que afirmavam o caráter primordial do espírito em relação à natureza e admitiam, portanto, em última instância, uma criação do mundo de uma ou de outra forma (e para muitos filósofos, como para Hegel, por exemplo, a gênese é bastante mais complicada e inverossímil que na religião cristã), firmavam o campo do idealismo. Os outros, que viam a natureza como o elemento primordial, pertencem às diferentes escolas do materialismo". Isto posto, não há como fugir da confissão de que este comentarista e sua Escola adotam a idéia da maioria, e cremos que existiu e existe um Criador inteligente, por trás de tudo o que chega ao conhecimento humano. O problema é que a adoção da corrente teísta, justamente por envolver o elemento "criação inteligente", abre as porteiras para todo pensamento, trazendo para discussão mistérios sem fim, raciocínios complexos e criaturas incontáveis. Dentre estas, inclusive introduz uma outra mente no universo; e não apenas isso, mas introduz uma mente superior e até certo ponto doentia em sua opção pela maldade, capaz não apenas de espalhar falsos raciocínios, mas até de "habitar" as mentes humanas desprotegidas pela ausência de entrega à mente divina. Isto levanta um problema terrível, para não dizer insolúvel: se um homem não está protegido por sua não-adesão à inteligência de Deus, nenhum de seus raciocínios são confiáveis, pois podem ter origem na mente doentia que governa esta parte do cosmos chamada Terra. Não é à-toa que a Bíblia Sagrada registra passagens onde se mostra Paulo detonando a inteligência do Homem (I Co, 1,18-31 e 2,1-16) e o próprio Jesus dizendo não confiar na natureza humana do homem comum (Jo 2,24-25). Isto pode ser explicitado assim: "Ter a mente de Cristo é desprezar todas as outras mentes, pois só a de Cristo é capaz de julgar todas as coisas e por nenhuma é julgada (I Co 2,14-16). Anúncios Google Assim, a Teologia cristã pressupõe o momento em que o próprio Deus, criador de todas as mentes, desceu ao mundo e ensinou o modo correto de pensar. Tudo o mais era falso e perigoso, e os homens que pregaram antes de Cristo foram chamados por Ele de "ladrões de almas" (João 10,8): isto inclui Sócrates e todos os filósofos que nasceram antes do "ano zero" da história ocidental. Detonando Sócrates, seus antecessores e seus seguidores, não há como pensar que qualquer filosofia ou esquema de pensamento tenha qualquer utilidade para o mundo, pelo menos em relação às explicações que dão ao próprio mundo, sua criação, o universo, o ser, as coisas e a mente humana. Tudo isso foi abolido na teologia paulina e bíblica, como advogam teólogos católicos e reformados. Tanto é assim que, muitos filósofos, já conscientes dessa detonação e irritados com a hegemonia intelectual do Deus-que-se-fez-Homem, saíram a escrever que "nenhum raciocínio baseado na auctoritas (autoridade), ou apenas na suposta superioridade mental de uns, terá serventia para iluminar o pensamento de quem quer que seja". Vê o leitor como o conflito vai longe, e mais, que se transforma numa cruenta guerra, sem qualquer sinal de rendição de um dos dois lados. Porém, e com efeito, o que acontece mesmo é que aquilo que chamam de Filosofia cometeu o pecado de desprezar um dos pilares mais nobres do pensamento humano, sem o qual grande parte do universo passa despercebida, tornando a capacidade cognitiva humana um mero subproduto do verbo "olhar", e não do verbo "ver". Porquanto a mente humana tende a captar em sua razão apenas aquilo que seus cinco sentidos lhe apresentam, como se estes pudessem, de fato, captar toda a realidade criada. O resultado é a cegueira de que falava Jesus, ao descrever um cego para os fariseus (João 9,39-41) e apontar a Humanidade inteira como cega. São os recursos da fé, que a Filosofia não acata, e sem a qual mente alguma enxerga alguma coisa. É a amplitude de visão que a fé enseja que falta à maioria dos filósofos, os quais foram, infelizmente, criados ou seguidos pelos homens de Ciência (pelo menos até o advento da Física Quântica, diga-se de passagem). Mas o pior está por vir: CS Lewis conseguiu, após longos séculos de Filosofia na História e após todas as pesquisas que fez estudando filósofos e teólogos, formular uma síntese didática, obviamente não-perfeita, mas ideal para diminuir a cegueira em Tellus. Foi um Sistema de Pensamento complexo e completo que venceu todos os raciocínios contrários, justamente por mostrar a incoerência de qualquer juízo humano sem a exatidão da mente de Cristo; porquanto a mesma mente que valoriza a idéia de que pode confiar no raciocínio pseudocientífico da inexistência de Deus, volta-se contra si mesma por não poder confiar na própria mente humana. I.e., se um cientista diz que não pode confiar no raciocínio de um homem que lhe apresentou provas apenas de raciocínio, "porque raciocínio de homem algum merece confiança", então seu próprio raciocínio lhe trai, pois ele também não merece confiança! É o chamado "suicídio do pensamento" quando se duvida de todo pensamento. É a velha ponte que liga o nada a lugar nenhum. Fora disso, e pior, tudo o mais é apenas o "pensar em círculos", exatamente como CS Lewis mostrou que ocorria com "Weston", em Perelandra, após o domínio completo do grande cientista pela mente angélica de Lúcifer. Ou seja, com o domínio completo da atmosfera psíquica da Terra pelo inimigo de Deus, nenhum ser humano pode ter o raciocínio límpido e lúcido, exceto quando e "se" se entregar ao raciocínio de Deus, que envolve entrega total de corpo, alma e espírito. Nesta categoria estariam os filósofos da linha ateísta, cujo pensamento nada mais seria que uma inutilidade total e uma perda de tempo, sem falar na absurda queda aos abismos mentais dos maus espíritos. Finalmente, é uma tristeza enorme constatar a adesão das multidões às correntes céticas e materialistas da História, sob a ilusão de estarem baseadas nos cérebros mais lúcidos dos filósofos e cientistas pós-modernos. A humanidade evoluiu da célula única ao multicelular em milhões de anos de evolução, e não merecia a Queda que lhe cegou para sempre, os sonhos mais lindos do conhecimento de Deus. Quando Deus providenciou o resgate do Homem, vindo Ele mesmo à Terra e entregando-lhe sua "Noiva" (a Igreja) para que a mente humana voltasse à sensatez, a grande maioria já tinha caminhado tanto tempo nas trevas que não conseguiram mais enxergar a luz. A esperança dos que creram em Deus se volta para os filósofos teístas e para os novos físicos (Michio Kaku, Brian Greene, Amit Goswami, etc.), pois a Caologia, a Fractologia e a Física dos Quanta estão se rendendo à mais sólida evidência do universo, a saber, aquEle que o criou.
Perseguição aos cristão nos seculos I e II da era cristã 1. INTRODUÇÃO "Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minhaigreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" Mateus 16:18, Jesus diz que edificaria a sua Igreja e que as oposições "as portas do inferno" não seriam capazes de paralisá-la, o que realmente irá acontecer, o Cristianismo consegue em pouco mais de 250 anos emergir de um movimento marginalizado, para religião oficial do Império Romano, tal movimento tem seu início no dia de Pentecostes (Pentecostes uma das principais festa do calendário judaico é celebrado 50 dias depois do domingo de Páscoa) neste dia o apostolo Pedro toma a palavra e ousadamente anuncia o primeiro sermão cristão da história da igreja, tendo grande aceitação, porém o teor da mensagem, certamente traria problemas "Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo". Atos 2:36, claramente Pedro coloca sobe responsabilidade dos líderes judaicos a morte de Cristo, por isso, futuramente, será preso, mas o discurso de Gamaliel encontra eco entre o Sinédrio e após serem açoitados são libertos "Mas, levantando-se no conselho um certo fariseu, chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que por um pouco levassem para fora os apóstolos; Atos 5:34 e noutra ocasião por meio de um milagre é liberto "E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro na ilharga, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as cadeias. Atos 12:7, esses episódios já revelação como será a relação entre Cristão e líderes Judaicos, além disso não serão apenas os Judeus, os Romanos também irão perseguir, aprisionar e "condená-los à pena capital" _____________________ [1] Aluno do Curso de Pós Graduação- Especialização em Ciências da Religião - Lato – Sensu- Faculdade Vale do Cricaré. 2 Graduado em Teologia. 2 – VIDA DE CRISTO E FORMAÇÃO DA ECLÉSIA O apostolo Paulo acreditava que o nascimento de Jesus Cristo aconteceu em momento oportuno, "Mas, vindo à plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos" (Gl. 4:4-5), segundo Orígenes citado por FOSTER (1961, p. 6) aquele momento de estabilidade política propiciava condições favoráveis a divulgação do evangelho: O Mestre disse: "Ide e fazei discípulos de todas as nações." Ora, é certo que Jesus nasceu no reinado de Augusto (31 A.C.-14A.D.) o qual, por assim dizer, fundiu em um só império tantas populações do mundo. Se tivesse havido muitos reinos por toda parte, os homens estariam lutando guerreando cada um por sua terra natal, e isso teria impedido a disseminação da doutrina de Jesus por toda a terra. Contudo, nem mesmo tais condições (geopolíticas) impediram que questões de ordem religiosa conduzissem Jesus ao martírio, os que estavam mais preparados para compreender sua mensagem tornaram-se seus mais ferrenhos opositores. Após a crucificação e morte de Jesus, evento relatado nos quatro evangelhos (Mt. 27.45-56; Mc. 15.33-41; Jo 19.28-30), os seus seguidores são tomados por um forte sentimento de decepção, tudo parecia acabado, mas no primeiro dia da semana, após a crucificação Jesus aparece a Maria Madalena (Jo 20.14) e ao cair da tarde aos seus discípulos (Jo 20.19, nvi). Nisso ela se voltou e viu Jesus ali, em pé, mas não o reconheceu. Disse ele: "Mulher, por que está chorando? Quem você está procurando? " Pensando que fosse o jardineiro, ela disse: "Se o senhor o levou embora, diga-me onde o colocou, e eu o levarei". (Grifo meu) João 20:14-15 Com estas aparições Jesus provara ser o messias, ressuscitando vencera a morte, sendo agora capaz de conceder a vida que antes havia prometido (Jo 10.10 b, nvi), então ele os instrui durante quarenta dias que antecederam sua ascensão, orientando-os a permanecer em Jerusalém para recebem o Espírito Santo - "[...] Não saiam de Jerusalém, mas esperam pela promessa de meu pai, da qual lhes falei" (At. 1.4 b, nvi) - antes de atenderem a Grande Comissão (Mc 16.15). Enfim, era dia de pentecostes, grande numero de Judeus estavam em Jerusalém - Muitos destes eram prosélitos e Judeus da diáspora, como também judeus palestinos, o que tornava o momento bem oportuno para a primeira proclamação publica do evangelho - enquanto isso cerca de 120 discípulos de Jesus estavam reunidos e perseveravam em oração (At. 1.14). "Todos ficaram cheios do espírito santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o espírito santo os capacitava. " (At. 2.4), dos que estavam ali uns ficaram maravilhados (2.13) outros zombavam (At. 2.13). A tradição Rabínica acreditava que o dia de pentecostes além de ser uma festa de ação de Graças marcava também o dia em que Deus entregou a lei a Moisés (RICHARDS, 2008, p. 253) e assim como o profeta Isaias declara que: "E irão muitos povos, e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor" (Is.2.3) temos assim o cumprimento da promessa. Pedro, então toma a palavra e ousadamente anuncia o primeiro sermão cristão da historia da igreja, demonstrando que o que ali estava acontecendo nada mais era do que o cumprimento da promessa Divina, tanto do derramamento do Espírito, "nos últimos dias", sobre todos os povos (Jl. 2.28-32) quanto sobre a glorificação do Messias (Sl. 110.1). Shelley descreve: "O Messias, uma vez crucificado, foi exaltado sobre toda criação. Sem esse Milagre, disseram os apóstolos, não existe evangelho, nem salvação, nem igreja. " (2008, p. 18), Cerca de três mil homens atendem a mensagem, notório é o fato de o texto dizer que houve um acréscimo, mas, onde? Na igreja – ekklesia -, aqui tem o inicio da igreja cristã, aquela que Jesus dissera que edificaria (Mt. 16.18), mesmo que os que dela faziam parte ainda assim não entendiam seu cumprimento (percebemos isso em At. 3, quando os discípulos estão indo ao templo fazerem suas orações, muito da verdade é que os primeiros cristãos conhecidos como "os do caminho" eram tidos como uma seita dentro do judaísmo). O centro de suas atividades nos primeiros anos era Jerusalém, "As sedes gerais daquela época eram o cenáculo, no monte Sião, e o pórtico de Salomão, no Templo. " (HURLBUT, 2007, p. 22) "E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. "(Lc. 24.47). A comunidade ali localizada a principio era constituída por judeus da palestina (hebreus) e judeus helenistas (desdentes da disperção) e proselitos (renunciantes do paganismo e convertidos ao judaismo), e dos helenistas são escolhidos sete homens com a função de supervisionar a distribuição de alimentos, o lider deles era Estevão, porém, morre como mártir, devido as criticas feitas contra o templo (At. 7), Estevão parece ser o primeiro a compreender que o Cristianismo não era "O cumprimento do Judaísmo" (LADD, 2004, 500), em seguida Pedro também toma contato com gentios e estes também são cheios do espírito e ao que tudo indica ocorre ali o fenômeno da glossolalia (At.10.44), Paulo (logo abaixo falaremos mais sobre ele) desde sua primeira viajem missionária observa como os gentios mais do que os Judeus abraçam a nova fé, como declara Ladd: "ele recebia, quase que invariavelmente, oposição por parte dos lideres judeus e pela maioria da sinagoga, porém encontrava um recepção calorosa pelos gentios que cultuavam nas sinagogas" ( 2004, p. 501). Essa receptividade por parte dos gentios não era bem vista por todos, havia os que o apostolo Paulo chamada "os da parte de Tiago" (Gl. 2.12) que acreditavam que para se tornar um cristão antes um gentio deveria iniciar-se no Judaísmo, tal problemática ficou conhecida como "controvérsia judaizante" somente no concilio de Jerusalém no 50 d. C com os testemunhos de Pedro, Paulo e a compreensão que Tiago tem dos acontecimentos, interpretando a profecia bíblia de Amos 9.11,12 a problemática é teoricamente resolvida. Tudo isso já demonstrava uma separação entre Judaísmo e Cristianismo, que tem na queda de Jerusalém no ano 70 d. C o marco definitivo, quando Tito invade Jerusalém, sob ordens de seu pai o então Imperador Vespasiano. Os judeus, no ano setenta, cerca de quarenta anos depois da paixão de Cristo, foram destruídos por Tito e por seu pai Vespasiano (que sucedeu Nero no império) num total de um milhão e cem mil, sem contar aqueles que Vespasiano matou ao subjugar a região da Galileia. Dezessete mil foram vendidos e enviados para o Egito e outras províncias como vis escravos; dois mil Tito trouxe consigo para a celebração do seu triunfo. Destes, muitos ele entregou para que fossem devorados por animais selvagens, os restantes foram assassinados de outras formas cruéis ao extremo (FOXE, 2003). 3. PRIMEIRAS OPOSIÇÕES E INICIO DAS PERSEGUIÇÕES Anos antes surge Saulo de Tarso, este que fora relevante no que se refere à perseguição contra os cristãos, tornar-se-ia ainda mais na propagação do kerigma. As primeiras oposições contra os cristãos advêm dos judeus, o vinho novo e o odre velho estavam em conflito, como relata o texto bíblico (At. 4; At. 5.17; At. 8): Enquanto Pedro e João falavam ao povo, chegaram os sacerdotes, o capitão da guarda do templo e os saduceus. Eles estavam muito perturbados porque os apóstolos estavam ensinando o povo e proclamando em Jesus a ressurreição dos mortos. Agarraram Pedro e João e, como já estava anoitecendo, os colocaram na prisão até o dia seguinte. Atos 4:1-3 Vale ressaltar que os saduceus não criam na ressureição dos mortos "E, chegando-se alguns dos saduceus, que dizem não haver ressurreição, perguntaram-lhe" (Lc. 20:27). A partir de 58 d. C com Nero tem inicio as perseguições por parte do império romano, conhecido pela crueldade com que tratou os Cristãos e por ter acusado-os pelo incêndio que destruiu boa parte da cidade Roma o historiador romano Tácito (56 d.C. – 117 d.C.) registra em seus anais o trato de Nero para com os Cristão, sendo ele o principal suspeito do incêndio "Nero, para desviar as suspeitas, procurou culpados, e castigou com as mais terríveis penas a certo grupo, já odiado por suas abominações, que o vulgo chamava cristãos" (Tácito. Anais XV. 44,3). Tácito, citado por Silva, fala-nos ainda com mais detalhes como padeceram os acusados. Anúncios Google "O suplício destes miseráveis foi ainda acompanhado de insultos, porque ou os cobriam com peles de animais ferozes para serem devorados pelos cães, ou foram crucificados, ou os queimaram de noite para servirem de archotes e tochas ao público". (Tácito. Anais XV. 44,7): E sobe este mesmo imperador, são martirizados tanto o apostolo Pedro quanto o apostolo Paulo. O termino desta primeira perseguição e sobe o imperador Vespasiano. A primeira das dez perseguições foi desencadeada por Nero por volta do ano 64 do Senhor. A tirânica fúria desse imperador foi cruel contra os cristãos, "a ponto de — conforme registra Eusébio — encher cidades de cadáveres humanos, mostrando velhos jazendo ao lado de jovens e corpos de mulheres abandonados nus no meio da rua sem respeito algum por seu sexo. " Muitos houveram entre os cristãos daqueles dias que, vendo as obscenas abominações e a intolerável crueldade de Nero, julgaram que ele era o anticristo. (FOXE, 2003) Eusébio de Cesareia conhecido como o pai da história da igreja no seu livro História Eclesiástica faz referência a Nero de maneira crítica e pondera sobre seu comportamento brutal que não considerou nem mesmo seus familiares Já que, sendo muitos os que transmitiram em relatos precisos suas maldades, quem queira poderá aprender destes sobre a grosseira demência deste homem estranho que, levado por ela e sem a menor reflexão, produziu a morte de inúmeras pessoas e a tal ponto levou seu afã homicida que não se deteve nem mesmo ante os mais chegados e queridos, mas que até a sua mãe, seus irmãos, sua esposa e com eles muitos familiares, fez perecer com variadas formas de morte, como se fossem adversários e inimigos. (História Eclesiástica II. XXV, 2) Domiciano por volta do ano 90 D. c, irmão de Tito continua as perseguições, orgulhoso institui a adoração de sua pessoa, como deus, o apostolo João e por Domiciano exilado na Ilha de Patmos sendo posto em liberdade depois da morte de dele. "Dion Cássio afirma que Domiciano mandou matar aqueles "qui in mores Judeorum transierant" (livro -T). Isto e, aqueles que se tornaram cristãos [...]" (A.J. O'Reilly, 2005)A. Knight e W. Anglin falam também sobre início da perseguição "Contudo durante esse tempo Domiciano (que podia quase levar a palma a Nero, quanto à intolerância e crueldade) subiu ao trono; e depois de quatorze anos do seu reinado, rebentou a perseguição geral (1983, p. 9) "Cerca do ano 90, o cruel e indigno imperador Domiciano iniciou a segunda perseguição imperial aos cristãos. Durante esses dias, milhares de cristãos foram mortos, especialmente em Roma e em toda a Itália. (Hurlbut, 2002). Eusébio fala como procedeu Domiciano tanto a respeito dos Romanos como aos Cristãos: Domiciano deu provas de uma grande crueldade para com muitos, dando morte sem julgamento razoável a não pequeno número de patrícios e de homens ilustres, e castigando com o desterro fora das fronteiras e confisco de bens a outras inúmeras personalidades sem causa alguma. Terminou por constituir a si mesmo sucessor de Nero na animosidade e guerra contra Deus. Efetivamente ele foi o segundo a promover a perseguição contra nós, apesar de que seu pai Vespasiano nada de mal planejou contra nós. . (História Eclesiástica III. XVII, 1) Toda sorte de maldades eram validas na busca de eliminar estes homens e mulheres, a incompreensão por parte dos romanos, e as acusações do populacho só faziam aumentar a desconfiança imperial contra os servos do Cristo, até de ateísmo estes foram acusados, sua fé subjetiva e desvinculada a imagens e estatuas, diferiam dos templos pagãos, e toda desgraça que sobrevinha, seja, fome, peste, tempestade etc. Culpa era daqueles que não se dobravam em adoração aos deuses ou seja acontecia a quebra da pax deorum "paz dos deus" . Silva citando CROIX reforça o argumento: [...] as perseguições aos cristãos se baseavam na recusa deste grupo em reconhecer os deuses de Roma, o que era visto como um comportamento perigoso e sedicioso. Afinal, os deuses tradicionais do panteão greco-romano eram as divindades principais da religião pública de Roma, que se não fossem cultuadas, mesmo que por apenas uma parcela da população, poderiam se enraivecer devido à quebra da pax deorum, a "paz dos deuses" (Ste. CROIX, 1963: 24). Quando começa a terceira onda de perseguição Trajano é o imperador, deste período e bem conhecida a Carta de Plínio II ao imperador onde relata como eram mortos e as mazelas que sofriam os Cristãos. Entretanto, eis o procedimento que adotei nos casos que me foram submetidos sob acusação de cristianismo. Aos incriminados pergunto se são cristãos. Na afirmativa, repito a pergunta segunda e terceira vez, ameaçando condená-los à pena capital. Se persistirem, condeno-os à morte. Não duvido que, seja qual for o crime que confessem, sua pertinácia e obstinação inflexíveis devem ser punidas. Alguns apresentam indícios de loucura; tratando-se de cidadãos romanos, separo-os para enviá-los a Roma. [...] Em determinados dias, costumavam comer antes da alvorada e rezar responsivamente hinos a Cristo, como a um deus; obrigavam-se por juramento não a algum crime, mas à abstenção de roubos, rapinas, adultérios, perjúrios e sonegação de depósitos reclamados pelos donos. Concluído este rito, costumavam distribuir e comer seu alimento. Este, aliás, era um alimento comum e inofensivo. Outro perseguidor o imperador Marco Aurélio (161 a 180 d. C) filho de Antonino Pio, trata com rigidez a causa cristã, aqueles que professassem fé no Cristo sofria duramente, há relatos que Marco Aurélio mandava "decapitar e lançar as feras", vale ressaltar o martírio de Policarpo de Esmirna. Nesta perseguição padeceram os conhecidos mártires de Lyon e Vienne (FOXE, 2003, p. 31) Desde o reinado de Trajano ao de Antonino Pio (98-161), o Cristianismo não era reconhecido, mas também não foi perseguido de modo severo. Sob o governo dos quatro imperadores Nerva, Trajano, Adriano e Antonino Pio (os quais, com Marco Aurélio, foram conhecidos como os "cinco bons imperadores"), nenhum cristão podia ser preso sem culpa definida e comprovada. O espírito da época inclinava-se a ignorar a religião cristã. Contudo, quando se formulavam acusações e os cristãos se recusavam a retratar-se, os governantes eram obrigados, contra a própria vontade, a pôr em vigor a lei e ordenar a execução.(HURLBUT, 2007, p. 62) É notório que durante os dois primeiros séculos da era cristã as perseguições ocorriam de forma isoladas e em curtos períodos, não havia uma política Imperial concernente a perseguição Cristã, a questão política ganha força a partir do século III com a estruturação culto ao Imperador, o que demonstrava lealdade ao império, o cristão agora tem que decidir quem deveria ser o seu senhor. Obviamente estes não queimam incenso a Cesar, nem lhe oferecem culto, não o bastante estes já estavam sob observação, devido a forma como se reunião (nas catacumbas) o que gerava certa desconfiança, e diferente dos Judeus grupo com o qual se identificavam nos primeiros anos ( chegando a ser considerados apenas uma seita dentro do judaísmo) os cristãos participavam de uma religião de conversão, o que realizavam com grande sucesso, logo, temos uma formação de um cenário desfavorável a igreja do Cristo; claramente diziam já possuir um Rei (Jesus), pertencerem a um Reino ( O corpo de Cristo), defenderem a idéia da igualdade entre os homens, idéia contraria à mentalidade pagã que possui um visão aristocrática, ou seja, sua presença e vivencia segundo o populacho quebravam a pax deorum, e sua cosmo visão quebravam pax Romana fazendo deste grupo religioso um religio ilícita. Nos aproximadamente 250 anos que separam a perseguição posta em prática pelo imperador Nero (54-68), no ano 64, e o "Edito de Galério", do ano 311, o Cristianismo era considerado uma religião ilícita e suspeita, cujos membros estavam sujeitos ao aprisionamento, à condenação e à pena capital. (SILVA) Como já foi dito os primeiros focos de perseguição vieram por parte dos Judeus, os que eram tidos em baixa estima começaram a incomodar "homens sem letras e indoutos" Atos 4:13, havia as expectativas judaicas sobre a vinda de um messias, de fato variadas, dentre essas havia a perspectiva de um Messias Libertador-Restaurador que restabelecesse o trono de Davi e Libertasse o povo do Império Romano e nesta perspectiva que Jesus como Messias torna-se um obstáculo na propagação do Evangelho do lado Judaico, uma vez que, seus seguidores afirmavam ser ele Senhor ou seja o Cristo (palavra grega para Messias), o que causava grande escândalo do lado Judaico, ele foi um carpinteiro, iniciou seu ministério pela galileia – território estigmatizado pelo judaísmo – "Terra de pessoas impuras e pecadoras é a terra onde Jesus começa seu ministério messiânico, pois, afinal de contas, ele não veio para chamar justos, mas pecadores (Mc 2,17)" (Zabatiero, 2013), um Rabino não ordena que por vezes entrava em conflito com o sacerdócio oficial, que afirma que seu Reino não era deste mundo, e por fim morre como um maldito "não deixem o corpo no madeiro durante a noite. Enterrem-no naquele mesmo dia, porque qualquer que for pendurado num madeiro está debaixo da maldição de Deus. Não contaminem a terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá por herança" Deuteronômio 21:23. Além disso, afirmavam no só que Jesus era o Messias, Diziam ser Jesus, Senhor (Kyrios) que na septuaginta é traduzido do termo hebraico Adonai, assim afirmavam jesus ser o próprio Deus. Não o bastante, a eclesiologia cristã descentralizava a experiência religiosa do templo, agora pensem no que representava o templo para os Judeus, era o centro da vida religiosa, onde eram oferecidos os sacrifícios e o povo alcançava graça e purificação ante Javé, havia ali o Santos dos santos lugar da presença viva de seu Deus (Javé), agora homens com Estevão afirmam que Deus não habita em templos feitos por mãos humanas "Todavia, o Altíssimo não habita em casas feitas por homens. Como diz o profeta" Atos 7:48, Paulo a frente fará a mesma afirmação "O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor do céu e da terra, e não habita em santuários feitos por mãos humanas" Atos 17:24. Assim o templo era pequeno demais para ser morada de Deus. Afinal é ele o Aquele que enche céu e terra "Poderá alguém esconder-se sem que eu o veja? ", pergunta o Senhor. "Não sou eu aquele que enche os céus e a terra? ", pergunta o Senhor" Jeremias 23:24. (GREEN, 1984). 4. RELIGIO X SUPERSTITIO Havia entre os Romanos a distinção entre Religio e Superstitio, Religio seria a "religião oficial romana; era o vínculo formal entre as pessoas e os deuses" como afirma Michael Green, Religio seria uma crença mais ampla de cunho nacional, sendo vistas como emotivas, que ofereciam perspectivas para os menos favorecidos cujas necessidades não eram satisfeitas "pela dialética do Filósofos" o culto a Cibele a grande mãe da Ásia Menor, Dionísio da Grécia são exemplos de Superstitio e nesta categoria enquadrava-se o Judaísmo e o Cristianismo, a religião pagã oficial era muito mais ritualística e sincrética, muitos descriam no pacto com os deus mas acreditavam haver a necessidade da manutenção da adoração aos deus que eram os fornecedores da proteção estatal enquanto ao monarca caberia a responsabilidade pelos sacrifícios e adoração, parece incoerente a manutenção de um acordo do qual não se há uma genuína crença, porém não era para o para o mundo antigo. As superstitiones não eram proibidas por Roma desde que não fossem ou produzissem comportamento criminoso e antissocial, Tibério chegou a decretar a prática de magia negra como crime, logo com a perseguição desencadeada por Nero em 64 d. c, na qual os cristãos foram acusados de incendiários, criminosos e antissociais, fazer parte da "Superstitio cristã" era estar ariscando a própria vida e como diz Green seria "namorar o martírio". Além dos fatores citados acima pesavam contra os cristãos acusações variadas a primeira delas era a de ateísmo, os cristãos eram tidos como ateus, sim, pode parecer estranho ao um ocidental atual, mas neste contexto sociocultural adorar a uma divindade, logo o associava a um templo, uma imagem, um ritual, porém os cristãos, têm uma fé subjetiva, assim como os judeus eram tidos como ateus por não prestarem culto aos deuses oficiais e por seu Deus não possuir nenhuma representação material, isso gerava sérios problemas, pois o cristianismo como uma Superstitio de conversão traria graves problemas a estabilidade do império, imaginem se gente de todo o império passasse a negar os deus , publicamente, os provedores da estabilidade o caos se estabeleceria, haveria a quebra da pax deorum (paz dos deuses). Incesto outra acusação que pesava contra cristãos o populacho dizia que os seguidores de Jesus chamavam-se de irmãos, contudo casavam-se entre si, o nome dado ao culto cristão "reunião ágape" reunião do amor também era motivos para desconfianças, além desses fatores há ainda acusações de canibalismo, isto mesmo, nas reuniões do ágape, comia-se a carne e bebia-se o sangue, assim seriam as ceias cristãs. A carta a Diogneto (120 d. C.) um dos primeiros documentos que fala a respeito da vivência da comuna primitiva é uma resposta a um de um cristão anônimo a um pagão culto, desejoso por conhecer melhor a nova fé cristão. Segue trecho abaixo, com grifo nos tópicos relevantes às perseguições sofridas por esses homens e mulheres seguidores do Cristo: 1. Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes. Nem, em parte alguma, habitam cidades peculiares, nem usam alguma língua distinta, nem vivem uma vida de natureza singular. 2. Nem uma doutrina desta natureza deve a sua descoberta à invenção ou conjectura de homens de espírito irrequieto, nem defendem, como alguns, uma doutrina humana. 3. Habitando cidades Gregas e Bárbaras, conforme coube em sorte a cada um, e seguindo os usos e costumes das regiões, no vestuário, no regime alimentar e no resto da vida, revelam unanimemente uma maravilhosa e paradoxal constituição no seu regime de vida político-social. 4. Habitam pátrias próprias, mas como peregrinos: participam de tudo, como cidadãos, e tudo sofrem como estrangeiros. Toda a terra estrangeira é para eles uma pátria e toda a pátria uma terra estrangeira. 5. Casam como todos e geram filhos, mas não abandonam à violência os recém-nascidos. Servem-se da mesma mesa, mas não do mesmo leito. 6. Encontram-se na carne, mas não vivem segundo a carne. 7.Moram na terra e são regidos pelo céu. 8.Obedecem às leis estabelecidas e superam as leis com as próprias vidas. 9. Amam todos e por todos são perseguidos. 10.Não são reconhecidos, mas são condenados à morte; 11. são condenados à morte e ganham a vida. 12. São pobres, mas enriquecem muita gente; 13.de tudo carecem, mas em tudo abundam. 14.São desonrados, e nas desonras são glorificados; 15.injuriados, são também justificados. 16.Insultados, bendizem; 17.ultrajados, prestam as devidas honras. 18. Fazendo o bem, são punidos como maus; fustigados, alegram-se, como se recebessem a vida. 19. São hostilizados pelos Judeus como estrangeiros; são perseguidos pelos Gregos, e os que os odeiam não sabem dizer a causa do ódio. 20. Numa palavra, o que a alma é no corpo, isso são os cristãos no mundo. 21. A alma está em todos os membros do corpo e os cristãos em todas as cidades do mundo. 22. A alma habita no corpo, não é, contudo, do corpo; também os cristãos, se habitam no mundo, não são do mundo. 23. A alma invisível vela no corpo visível; Também os cristãos sabe-se que estão neste mundo, mas a sua religião permanece invisível. 24. A carne odeia a alma, e, apesar de não a ter ofendido em nada, faz-lhe guerra, só porque se lhe opõe a que se entregue aos prazeres 25. da mesma forma, o mundo odeia os cristãos que não lhe fazem nenhum mal, porque se opõem aos seus prazeres. 26. A alma ama a carne, que a odeia, e os seus membros; Também os cristãos amam os que os odeiam. 27. A alma está encerrada no corpo, é todavia ela que sustém o corpo; 28. Também os cristãos se encontram retidos no mundo como em cárcere, mas são eles que sustêm o mundo. 29. A alma imortal habita numa tenda mortal; Também os cristãos habitam em tendas mortais, esperando a incorrupção nos céus. 30. Provada pela fome e pela sede, a alma vai-se melhorando; também os cristãos, fustigados dia-a-dia, mais se vão multiplicando. Deus pô-los numa tal situação, que lhes não é permitido evadir-se. É neste contexto que desenvolve-se o Cristianismo, inicia-se na palestina, desenvolve-se, foi perseguido, porém manteve-se vivo, como se diz na celebre frase de Tertuliano "O sangue dos mártires é a semente da Igreja" houveram fatores que favoreceram como salienta Paulo ao dizer que Jesus nasceu "à plenitude dos tempos" (Gl. 4:4-5) numa conjuntura Geopolítica que favorece a propagação do Querygma, contundo muitos outros foram contrários, desde os próprios divulgadores "homens sem letras e indoutos" Atos 4:13, o tema da mensagem (Jesus), sua cosmo visão (igualitária, contrária à pagã), acusações do populacho (canibalismo, incesto, imoralidades, nas reuniões do Ágape) etc. Desde Nero (54 a 68 d. C.) quando os Cristão são acusados pelo incêndio que destrói boa parte de Roma até o Imperador Diocleciano (305 a 310), que promoveu a mais dura e sistemática perseguição contra os cristão, mandando inclusive por meio de um Edito que todos os exemplares da Bíblia fossem queimados, os cristãos passaram por várias dificuldades, mas com o Edito de Galério em 311 o Cristianismo passa a ser tolerado, dois anos depois em 313 Constantino através do Edito de Milão oficializa o Cristianismo "Por essa lei o Cristianismo foi oficializado, sua adoração tornou-se legal e cessou a perseguição, para não mais voltar, enquanto durou o Império Romano." Finalmente, no ano 380 d.C. o Cristianismo torna-se a religião oficial do Império Romano, em pouco mais de três séculos o "obscuro e marginal movimento de Jesus" como afirma Stark sai de seita dentro do Judaísmo a Religião oficial de todo império Romano e a maior religião do planeta atualmente com mais de bilhões de seguidores em todo mundo. REFERENCIAS RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento 4ª Ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2008. SHELLEY, Bruce L. História do Cristianismo – Ao alcance de todos, São Paulo, Shedd Publicações, 2004. Hurlbut, Jesse Lyman, História da Igreja Cristã, 14ª impressão, São Paulo, Ed. Vida, 2002. LADD, G. Eldon, Teologia do Novo Testamento, Edição Revisada, São Paulo, Ed. Hagnus, 2003. F O X E, John, O livro dos Mártires, São Paulo: Mundo Cristão, 2003. DA SILVA, Diogo Pereira, As perseguições aos cristãos no império romano (séc. I-IV): dois modelos de apreensão. Eusébio De Cesaréia, HISTÓRIA ECLESIÁSTICA, São Paulo, Novo Século, 2002. A.J. O'Reilly, Os Mártires do Coliseu O Sofrimento dos Cristãos no Grande Anfiteatro Romano 3ª impressão, Rio de Janeiro, CPAD, 2005. A. Knight. W. Anglin, História Do Cristianismo - Dos apóstolos do Senhor Jesus ao século XX, 2ª ed. - Rio de Janeiro, 1983. ZABATIERO, Júlio Paulo Tavares. Temas Teológicos Na Literatura Sinótica, Faculdade Unida, Vitória – ES. 2014. GREEN, Michael, Evangelização Na Igreja Primitiva, São Paulo, Ed. Vida Nova, 1984. PAIVA, Geraldo José de, Religião, enfrentamento e cura: perspectivas psicológicas, Estudos de Psicologia, Campinas, p. 99-104, janeiro - março 2007. FOSTER, James Richard. Começando de Jerusalém: a expansão cristã através de dezessete séculos. Tradução de: Moysés Martins de Aguiar. São Paulo: Imprensa Metodista, 1961. http:www.bibliaonline.com.br, Acesso em 17 de Junho de 2014. (Todas as citações bíblicas foram retidas deste site)
Corações Fechados e Ouvidos Tapados Por que será que muitas pessoas que entram e sentam em um banco de uma Igreja, não são mais tocadas e nem deixam Deus falar com elas? Quem sabe: elas estão com o coração fechados e ouvidos tapados, ao ponto, de sentirem coceiras em seus ouvidos, e nem querem ouvir a verdade sobre o pecado, que se tornou tão comum dentro de nossas Igrejas. Eu vejo a Igreja desta geração com um grande esfriamento, e muitas pessoas desencorajadas a irem orar e pedir renovo em suas vidas, seus ouvidos estão tão ocupados com as circunstancia e adversidades desta vida, que não compreendem quando Deus ta falando. Nada contra as novelas e sites de relacionamentos, mas isso tem ocupado muitas pessoas, e elas não tem tempo de abrir seus ouvidos e corações para a vós de Deus. Estamos vivendo um tempo, que uma parte da Igreja, esta com os corações fechados e ouvidos tapados. Como será que podemos mudar esta história? No livro de Apocalipse 2:4 nos alerta sobre uma Igreja na Cidade de Éfeso, que era perseverante, e suportou provas grandes por causa do nome de Jesus, mas devido o tempo, foi esfriando em seu primeiro amor, e quando isso acontece: nos tornamos distantes de Deus, amando mais as obas da carne, e começamos a perder o foca da Vida Eterna. Apocalipse 2:5 adverte a Igreja de Éfeso: que ela se lembre de onde caiu, e se arrependa, e volte a prática das primeiras obras. Se você faz parte e é membro de alguma Igreja, e deixou o teu primeiro amor, e as praticas das primeiras obras, arrependa-te, abra teu ouvido e teu coração, não seja como muitas pessoas, que só vão a Igreja para teclar em seu celular, em vez de folhear as paginas da Bíblia e prestar atenção na mensagem de Deus.
A ilação apócrifa da letra morta nos textos A jumenta falou. O mar Vermelho se abriu em dois. Acalmou a tempestade. Caminhou sobre as águas, e inúmeras outras citações plenas de fantasia para significar um sentido figurado tão pouco buscado pelos leitores dos textos, que admitem a aceitação ilusória de um entendimento ao pé da letra, ao invés daquele sentido que transmite uma ideia comparativa, completa em lógica, plena de realidade visto que esclarece o figurativo, que se denomina Letra Viva. A humanidade em todas as épocas mostrou uma idolatria por fábulas e apólogos tão intensa que beira a loucura e a estupidez, o imaginário carece de ser alimentado com grandes porções, e as religiões se incumbem disto com uma naturalidade que não impõe limites aos seus dirigentes e doutrinários líderes. Brotam como erva daninha escritores religiosos que alimentam esta fogueira que aquece o fanatismo e o "nonsense" naqueles que idolatram o impossível como forma de atribuir "poder" aos fantasmas concebidos em sua fértil imaginação, para que desta forma, os "seres imaginários" moldados de acordo com suas "crenças", sejam repletos de poder para realizarem "o impossível", o inexplicável, sendo desta forma um "socorro presente", evidentemente também gerado pela imaginação, que conforme está comprovado cientificamente, é a única realizadora de "milagres". Anúncios Google Estamos vivendo um período de globalização de informações, onde toda criança, usando a internet, percebe rapidamente o quanto as religiões propagam as trevas, de maneira que, usando máscaras convincentes, iludem as massas e os despreparados para o conhecimento, atraindo-os como mel para as moscas , ou usando um exemplo mais real, "a luz da lâmpada" que atrai e mata as mariposas, que por desconhecerem o perigo, não resistem ao seu encanto. Todavia, é impossível negar, que por detrás dos textos uma inteligência maior se apresentou, elaborou-os e inspirou mentes humanas, que em períodos e povos diferentes, gravassem, esculpissem, escrevessem aquilo que lhes era passado em sonhos, visões e inspirações de diversas maneiras. Não creio que os mesmos não entendessem o real e verdadeiro significado daquilo que pretendiam transmitir, e deixaram desta maneira, as fantasias para gerações vindouras, que as cultivaram abundantemente via letra morta, sem ao menos desejar saber se "a fantasia que entendiam de imediato", era possível, o que os levava a fechar os olhos para buscarem aquilo que estava oculto, todavia estava ali, vivo, latente, um conhecimento real, uma mensagem real, um sentido real, que era oposto ao fanatismo, uma "Letra Viva" que se expressava opostamente ao desvario gerado pelas trevas da letra morta, alicerce básico dos fanatismos oriundos das religiões. A jumenta, símbolo usado para expressar o significado de uma alma dentro da matéria, o mar das encarnações ou dos desejos sendo separados para dar passagem àquelas almas que estavam saindo do encarne da escravidão da egípcia vida na matéria que se escravizou em vícios ou seja lá o que fosse, uma alma plena de luz e lógica, simbolizada como uma alma mestre que se manifestou em uma mente de um humano, e acalmou com sabedoria "as tempestades" das suas águas transmigratórias de seu mar da vida, alma poderosa devido ao seu senso, sua razão, e bem por isto, caminha acima das águas das matérias humanas, ou seja, a razão acima das fraquezas do corpo dos desejos, e assim sucessivamente, a Letra Viva, a fala sem Voz, revela o significado do "explicável" pelo uso da "palavra perdida" ainda tão pouco buscada.
Importância do Reconhecimento de Utilidade Pública às Instituições Religiosas Instituições de caráter religioso mantem importante papel na ordem social sendo na propagação da fé e na convivência das pessoas com problemas sociais de diversas ordens, como no atendimento a pessoas menos favorecidas. A proposta de auxílio por meio da caridade dispondo de recursos de populares e escassos frente a muitas exigências legais importa em inibir a solicitação dessas entidades de benefícios previstos pela legislação. A utilidade pública prevista na constituição federal e a certificação de entidade social ou beneficente e seus benefícios elevam qualquer entidade em termos de lisura, transparência e reconhecimento social, bem como preveem a possibilidade de investimentos públicos em suas atividades. Destaca-se que para a aquisição desse benefício é necessário atender diversos requisitos. Os títulos adquiridos com esses certificados permitem o repasse de recursos do poder público em todas as suas esferas para projetos, atividades, ações e atividades desenvolvidas por essas instituições, uma vez que as mesmas desenvolvam-se no campo da educação, desporto, assistência à saúde e vida. Anúncios Google O reconhecimento social por meio de seus títulos exige grande organização administrativa e operacional de qualquer instituição seja essa uma OSCIP, ONG, ou qualquer agente de terceiro setor o que inclui uma instituição religiosa que almeja a obtenção desses titulo e sua posterior manutenção. A capacitação de pessoas e a organização das atividades em todas as etapas e fator determinante para a obtenção e manutenção, a falta de profissionalismo poderá criar prejuízos catastróficos a qualquer instituição desde débitos com o poder públicos até problemas de ordem criminal. Gestores, agentes de confissão, profissionais administrativos e todos os envolvidos sejam voluntários, contratados ou colaboradores devem ter em mente que a falta de organização inobservância a prazos, falta de critérios e erros podem conduzir a prejuízos e problemas eu podem comprometer a continuidade do local e das atividades. Antes de procurar a certificação caberá aos envolvidos analisar as opções e suas exigências. As atividades de uma instituição religiosa podem estar sempre amparadas pela sociedade independente de títulos de ordem pública ou privadas, caberá a seus lideres a decisão de sua entrada ou não no seleto grupo de instituições que mantem títulos e possibilidades de diversas formas parcerias com o poder público. No tocante ao cuidado com a decisão essa poderá ser tomada com criteriosa analise de custo pelos benefícios e sua capacidade em atender as obras sociais que executa com acréscimos de recursos de financiadores.
A Conversão Religiosa Autor: Glaucio José Couri Machado - nov/94 O fenômeno religioso é tão antigo quanto o homem. Segundo Rubem Alves , "não sabemos nem onde e nem quando o homem teve pela primeira vez, uma experiência religiosa. Cremos, entretanto, que a primeira experiência religiosa marca a transição do macaco nu para o homem. Surgiu, naquele momento, de forma inexplicável, uma maneira de ser perante o mundo, um novo tipo de consciência" . Desta forma, inaugura-se no indivíduo a consciência religiosa. É ela o "palco" do aspecto religioso, porém, não está separada como um compartimento na psique humana, faz parte do todo desse homem. Esta consciência, presente na totalidade humana, sofre dos mesmos fenômenos que formam a realidade deste homem. Um destes fenômenos é, de acordo com Peter Berge e Luckmamm, a questão da conservação e a transformação da realidade subjetiva. A conservação se diz respeito à reafirmação da realidade subjetiva do homem. Essa necessidade de conservação está presente na conversa - que é o veículo mais importante para a conservação da realidade. A simples conversa, inclusive a corriqueira, marca esta necessidade de identificação do indivíduo com seu mundo (em amplo aspecto). Conserva-lo é encontrar-se, estar em sintonia com seu próprio pensamento. A conversa, significa antes de mais nada, que os indivíduos se interagem e nesta conversa esta a fala e a comunicação não verbal. A conservação nem sempre é explicita, sendo normalmente implícita. "Ao mesmo tempo que o aparelho da conversa mantém continuamente a realidade, também continuamente a modifica. Certos pontos são abandonados e outros acrescentados, enfraquecendo alguns setores daquilo que ainda é considerado como evidente e reforçando outros. Assim a realidade subjetiva de uma coisa da qual nunca se fala, torna-se vacilante(...). Geralmente falando, o aparelho de conversa mantém a realidade "falando" de vários elementos da experiência e colocando-os em um lugar definido no mundo real" Para manter a realidade subjetiva, a conversa deve ser com continuidade e coerência, pois se houver rupturas podem representar ameaças para a paz subjetiva. Essas ameaças ocorrem não apenas com o mais importante veículo para a conservação da realidade, mas com qualquer outro que interrompa a definição da realidade na consciência . Desta forma há a possibilidade da realidade subjetiva ser transformada, o que Berger e Luckmann chamam de "alternações". A alternação, ou seja, a transformação, é o caso extremo da modificação. Caso este, em que qualquer indivíduo por viver em sociedade está sujeito a sofrer. E para que ela ocorra há a exigência de processos re-socializadores. A conversão religiosa é a própria alternação como um exemplo clássico. A conversão para ser bem sucedida, como a alternação, exige a inclusão de condições sociais e conceituais. A condição social mais importante é a possibilidade de dispor de uma estrutura efetiva de plausibilidade, isto é, uma base social que sirva de "laboratório da transformação". Essa estrutura de plausibilidade será oferecida ao indivíduo pelos outros significados com os quais deve estabelecer forte identificação afetiva. Não é possível a transformação radical da realidade subjetiva (incluindo, evidentemente, a identidade) sem esta identificação, que inevitavelmente repete as experiências infantis da dependência emocional com os outros significados. Estes últimos são os guias que conduzem à nova realidade. Representam a estrutura de plausibilidade nos papéis que desempenham com relação ao indivíduo (papéis tipicamente definidos de maneira explícita em termos de função re-socializante) e, mediatizam o novo mundo para o indivíduo. A conversão para se manter efetivamente plausível deve estar contida numa comunidade religiosa (como dizem os autores citados, "a conversão pode antecipar-se à filiação a uma comunidade" , mas isto não quer dizer negar a comunidade), pois será ela aquela que manterá o sentimento de plausibilidade, pois o importante é conservar a nova identidade e a conservação se dará na comunidade. Outros aspectos para que a alternação seja executada com êxito, são as exigências de separação do indivíduo do mundo anterior ( no caso religioso e em outros pode ocorrer até uma segregação física); uma reorganização do aparelho de conversa; a exigência de um aparelho legitimador para completar a transformação, assim como, até mesmo, a possibilidade de esquecer algumas pessoas ou fatos do passado. Rubem Alves no seu livro "O Enigma da Religião" também explica a conversão. Para ele o colapso entre a harmonia do eu e o mundo, sendo que o eu estaria num processo de anomia, seria o primeiro momento para a conversão. O estado de anomia, um conceito durkheimaino, diz da ausência de regras sociais; uma ausência no sentido da não compreensão ou o cumprimento de regras sociais. Por isso, como diz o próprio autor "a experiência da conversão se dá com mais freqüência em situações de desorganizações de esquemas culturais de interpretação (choque culturais, o impacto da urbanização sobre regiões agrárias), em crises pessoais profundas ou em situações de anomia geral, quando a ideologia de uma nação ou civilização desmorona" . O momento posterior é a descoberta da solução para a melhoria perante o estágio anterior - o "momento da crise e desestruturação da personalidade encontra uma solução" . É encontrar-se diante de um novo universo significativo, o antigo homem se torna um novo, saído de uma crise onde a realidade não o afirmava; na nova descoberta encontra-se seguro, sintonizado com o real. Rubem Alves afirma que a "experiência da conversão, com vestes religiosas ou não, é uma possibilidade permanente aberta ao homem e, como tal, um sintoma de permanente precariedade do mundo em que habitamos" . Dessa forma a conversão, tanto para Berger e Luckmann quanto Rubem Alves representa a transformação de um mundo para outro, a mudança de significados outrora aceitos hermeticamente para um novo conjunto de significados, porém o rito de passagem vem complementado com crises e dúvidas perante o mundo anterior. Outro ponto é o fato do homem estar sempre sujeito às transformações, o fato de viver em sociedade o leva a poder sofrer conseqüências em que ocorram mudanças radicais nas suas crenças. Peter Berger afirma que a sociedade faz o homem como o homem faz a sociedade, sendo este um processo dialético, portanto, a conversão pode ser um pêndulo no processo constante do movimento que ocorre na sociedade. Com isto, a conversão religiosa está mais que presente neste mundo moderno onde há disputas entre religiões na utopia da hegemonia religiosa. Esta disputa leva primeiro o homem à crise, sua crise de consciência, para depois reergue-lo, re-socializando-o e lhe mostrando o novo mundo.
Deus Não Mudou A razão para continuarmos expondo o evangelho é infinitamente importante. Deus não mudou! Ora, quando percebemos, conforme temos procurado mostrar, que o problema crucial do homem é o seu relacionamento com Deus, vemos então a total futilidade da questão de antiguidade e de datas. É nesse ponto que vemos com toda a clareza quão insensato é rejeitar o evangelho simplesmente por causa de sua antiguidade. Alguém já salientou admiravelmente bem esse particular, quando disse: "O tempo não deixa rugas na testa do Deus eterno". Naturalmente, tem havido avanços e desenvolvimentos, mas porventura essas coisas afetam, em qualquer sentido, o ser e o caráter de Deus? Será que por ter o homem produzido o motor de combustão interna, ou por ter conseguido liberar o poder do átomo, de alguma maneira ficaram ab-rogadas as leis de Deus ou, de alguma forma, Deus passou a abominar menos o pecado e as más ações? Não; mas a pergunta mais urgente e vital com que o homem se defronta continua sendo aquela feita por Jó, em tempos remotíssimos: "Como pode o homem ser justo para com Deus?" (Jó 9.2). Não há dúvida que existe hoje um novo cenário para os problemas, quer sejam econômicos, políticos ou educacionais, quer digam respeito à falta de moradias ou à maneira de contornar as greves. Todos esses problemas, no entanto, são temporários. Quando eles se findarem restará aquela situação inevitável, na qual nos veremos face a face com o Deus eterno, o "Pai das luzes, em quem não pode existir variação, ou sombra de mudança" (Tg 1.17). O problema crucial do homem não é a sua própria pessoa, nem a sua felicidade, nem as condições que o circundam, enquanto se encontra neste planeta. O problema crucial do homem é o seu relacionamento com Deus, tanto agora como na eternidade. Deus é eterno, imutável e absoluto. Por conseguinte, quão grande tolice é argumentar que o homem moderno necessita de um novo remédio ou de uma nova modalidade de salvação, ao invés do "evangelho da glória do Deus bendito" (1 Tim 1.11), o qual se acha, exclusivamente, em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Tratamento de Efluentes thomas Watson “E Jesurum, engordando, recalcitrou (tu engordaste, tu te engrossaste e te cevaste); então abandonou a Deus, que o fez, e desprezou a Rocha da sua salvação.”(Dt 32.15). Esta palavra de Deuteronômio foi dirigida por Deus ao seu próprio povo de Israel, que Lhe abandonou quando entrou em grande prosperidade. Assim, é possível ser um crente e continuar envolvido com o serviço de Deus e ao mesmo tempo abandoná-lO, por não andar mais conforme os Seus mandamentos e humildemente na Sua presença, por causa da elevação do coração que se corrompeu com a prosperidade. Quantos têm sido quebrados pelo travesseiro macio da facilidade! A prosperidade é uma trombeta que soa tocando o toque de retirada e faz com que o exército de crentes bata em retirada deixando para trás a perseguição que vinham fazendo à verdadeira religião, com o intuito de agradarem e honrarem a Deus, vivendo para fazer a Sua vontade. Por isso o desejo de ser rico é uma armadilha. “9 Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição. 10 Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.”(I Tim 6.9,10).
O que é o Islam? Islã e Muçulmanos A palavra árabe “Islã” significa “submissão” e é derivada de uma palavra que significa “paz”. Como tal, a religião do Islã ensina que para alcançar verdadeira paz de espírito e certeza de coração, devemos nos submeter a Deus e viver de acordo com Sua Lei divinamente revelada. O Islã não é uma religião nova porque “submissão à vontade de Deus”, ou seja, Islã, sempre foi a única religião aceitável aos olhos de Deus. Por essa razão o Islã é a “religião natural” verdadeira e é a mesma mensagem eterna revelada através dos tempos para todos os profetas e mensageiros de Deus. A mensagem principal de todos os profetas sempre foi que só existe um Deus verdadeiro e único e que somente Ele deve ser adorado. Esses profetas começam com Adão e incluem Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Davi, João Batista e Jesus, que a paz esteja sobre todos eles. Deus diz no Alcorão Sagrado: “E não enviamos antes de ti (Muhammad) Mensageiro algum sem que lhe revelássemos que: Não há outra divindade além de Mim. Adora-Me, e serve-Me!” (Alcorão 21:25) http://www.islamreligion.com/articles/images/How_to_Convert_to_Islam_and_Become_a_Muslim_001.jpgEntretanto, a mensagem verdadeira desses profetas foi perdida ou corrompida com o passar do tempo. Até os livros mais recentes, o Torá e o Evangelho, foram adulterados e, assim, perderam sua credibilidade para guiar as pessoas para o caminho certo. Portanto, 600 anos depois de Jesus, Deus reviveu a mensagem perdida dos profetas anteriores enviando o profeta Muhammad com Sua revelação final, o Alcorão Sagrado, para toda a humanidade. Como o profeta Muhammad era o profeta final, o próprio Deus prometeu preservar Suas últimas palavras reveladas para que seja uma fonte de orientação para toda a humanidade até o Último Dia. Agora é imperativo para todos que acreditem e sigam essa mensagem final de Deus. Deus Todo-Poderoso diz no Alcorão: “E não te enviamos, senão como universal (Mensageiro), alvissareiro e admoestador para os humanos; porém, a maioria dos humanos o ignora.” (Alcorão 34:29) “E quem quer que almeje (impingir) outra religião, que não seja o Islã, (aquela) jamais será aceita e, no outro mundo, essa pessoa contar-se-á entre os desventurados.” (Alcorão 3:85) A palavra “muçulmano” significa aquele que se submete a vontade de Deus, independente de sua raça, nacionalidade ou origem étnica. Portanto, qualquer pessoa que esteja pronta para se submeter à vontade de Deus é elegível para se tornar muçulmana. Benefícios de se converter ao Islã Existem muitos benefícios em se converter ao Islã Alguns deles são: • Forma-se uma relação pessoal e direta com Deus por meio da adoração somente a Ele, sem a necessidade de intermediários. Sente-se essa relação pessoal e fica-se consciente de que Deus sabe tudo e está lá para ajudar. • A pessoa constata o propósito verdadeiro de sua vida, que é reconhecer Deus e seguir Seus mandamentos. • A pessoa é provida de luz, que a guia ao longo da vida. A religião do Islã tem respostas para todas as situações e sempre se saberá os passos certos a seguir em todos os aspectos da vida. • Encontra-se felicidade, tranquilidade e paz interior verdadeiras. • Ao se converter ao Islã, todos os pecados anteriores são perdoados e se começa uma vida nova de piedade e retidão. E como muçulmano, quando depois se comete um erro, é possível se arrepender perante Deus, Que perdoa os pecados daqueles que se arrependem sinceramente. Não há intermediários ou seres criados para se fazer confissões. • Alcança-se a salvação do inferno, em relação ao qual todos os profetas alertaram. • O maior benefício é que Deus prometeu que um muçulmano terá a recompensa do paraíso eterno. Aqueles abençoados com o paraíso viverão eternamente em bênção, sem qualquer tipo de doença, dor ou tristeza. Deus estará satisfeito com eles e eles estarão satisfeitos com Deus. Mesmo os que estiverem na categoria mais baixa entre os habitantes do paraíso terão dez vezes o equivalente desse mundo e terão o que desejarem. De fato, no paraíso existem prazeres o que nenhum olho jamais viu, nenhum ouvido jamais ouviu e nenhuma mente jamais pensou. Será uma vida bem real, não somente espiritual, mas física também. Para saber mais sobre os benefícios de se converter ao Islã, você pode ler esse artigo “Os Benefícios de se converter ao Islã (3 partes)”. Como se converter ao Islã - O testemunho de fé (Shahada) Tornar-se muçulmano é um processo simples e fácil. Tudo que uma pessoa tem que fazer é dizer uma frase chamada testemunho de fé (Shahada), que é pronunciada como: Eu testemunho “La ilaha illa Allah, Muhammad rasoolu Allah.” Essas palavras árabes significam “não há verdadeiro deus (divindade), exceto Allah, e Muhammad é o Mensageiro (Profeta) de Deus.” Uma vez que uma pessoa diz o testemunho de fé (Shahada) com convicção e compreensão de seu significado, ela se torna muçulmana. É fácil assim! A primeira parte, “Não há verdadeira divindade, exceto Deus”, significa que ninguém tem o direito de ser adorado a não ser Deus, e que Deus não tem parceiro e nem filho. A segunda parte significa que Muhammad foi um verdadeiro profeta enviado por Deus para a humanidade. Para ser um muçulmano, deve-se: - Acreditar que o Alcorão Sagrado é a palavra literal de Deus, revelado por Ele. - Acreditar que o Dia do Juízo (Dia da Ressurreição) é verdadeiro e chegará. - Acreditar nos profetas que Deus enviou, nos livros que Ele revelou e em Seus anjos. - Aceitar o Islã como sua religião. - Não adorar a nada e nem a ninguém, exceto Deus. É fácil assim! Para ouvi-o testemunho (Shahada), clique aqui ou clique em “Ajuda online” para assistência imediata pelo bate-papo. A conversão pode ser feita sem ajuda, mas é muito melhor fazê-la com a assistência de um de nossos conselheiros através da “Ajuda online”, para que possamos ajudá-lo(a) a pronunciá-lo corretamente e fornecer a você informações e conselhos importantes especialmente preparados para os novos convertidos, para ajudá-los a começar em sua fé recém-encontrada. Como alternativa, podemos ligar para o seu telefone para ajudar com o processo de conversão. Nesse caso, deixe-nos seu número de telefone e a hora adequada para ligar em nosso formulário Contate-nos Você não está sozinho Se você seguiu a orientação acima e se converteu ao Islã sem ajuda, fique tranquilo que não está sozinho. A mesma fé é compartilhada por 1,7 bilhões de pessoas. Recomendados que nos informe agora através do formulário Contate-nos ou da “Ajuda online”, para que possamos fornecer a você recursos e conselhos úteis, adequados para você como novo(a) muçulmano(a). Damos os parabéns por sua decisão e as boas vindas ao Islã. Tentaremos ao máximo ajudá-lo(a) da maneira que pudermos! :) Alguns equívocos comuns Algumas pessoas podem adiar sua conversão ao Islã, embora acreditem que seja a religião verdadeira de Deus, devido a alguns equívocos. Podem achar que coisas como mudar o nome, saber um pouco de árabe, informar aos outros sobre sua conversão, conhecer alguns muçulmanos ou não ter cometido muitos pecados, são condições para a conversão - entretanto, a realidade é que essas não são desculpas válidas para adiar a conversão. Se você gostaria de saber mais sobre esses e outros equívocos semelhantes, leia o artigo “Quero ser muçulmano, mas... Mitos sobre se converter ao Islã (3 partes)”. Para aqueles que ainda não estão convencidos O Islã reivindica ser o caminho verdadeiro para Deus. O que torna uma religião válida em relação a outras ideologias são as provas que oferece para sua autenticidade. Portanto, é preciso examinar essas provas, pesá-las e tomar uma decisão informada. É preciso ser sincero no empenho e, acima de tudo, buscar a ajuda do Todo-Poderoso para ser guiado para o caminho certo. Se uma pessoa ainda não estiver convencida da autenticidade do Islã, então pode pesquisar mais as provas que o Islã oferece. O Islã oferece provas esmagadoras de sua autenticidade e é a única religião que apela completamente ao bom-senso. Algumas das provas que o Islã oferece são: provas científicas no Alcorão, os milagres realizados pelo profeta Muhammad e as profecias de sua vinda em escrituras anteriores, os eventos profetizados no Alcorão que vieram a acontecer, o desafio cumprido do Alcorão de que se fizesse ao menos um capítulo como ele e a sabedoria divina nas leis e ensinamentos do Islã que cobrem todos os aspectos da vida. Para saber mais sobre as provas do Islã, verifique os artigos nessa seção “Evidência de que o Islã é a verdade”. Se desejar aprender mais sobre o Islã e suas crenças e práticas básicas, refira-se ao artigo “O que é o Islã (4 partes)” Nossa vida eterna depende da fé que escolhermos seguir nessa vida transitória e, sendo assim, procuremos dar a esse esforço a prioridade que merece.A crença mais fundamental no Islã é que não há verdadeira divindade, exceto Allah. Ele, o Único, o Primeiro e o Último, não tem parceiros, filhos, filhas ou intermediários. Está sozinho em Seu Domínio e em Sua onipotência. É um conceito muito simples e é simplesmente a verdade. Entretanto, às vezes a crença pura em Deus pode ser esmagadora. Geralmente ficamos surpresos quando invocamos Deus e Ele responde imediatamente. A religião do Islã abrange esse conceito simples - que Deus é Único e o envolve em um pacote chamado submissão. Islã significa submissão à vontade de Deus. A palavra raiz do Islã (sa-la-ma) é a mesma que é compartilhada com a palavra árabe que significa paz e segurança. Em essência, paz e segurança vêm de viver a vida de acordo com a vontade de Deus. Como um círculo da vida, sempre começa e termina no mesmo lugar - não há divindade exceto Allah. Quando nos submetemos à vontade de Deus somos muçulmanos e para demonstrar nossa sinceridade testemunhamos que somos muçulmanos dizendo, sozinhos ou na companhia de outros muçulmanos, La ilah illa Allah, Muhammad rasoolu Allah. Não há verdadeira divindade exceto Allah e Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, é Seu mensageiro. Sempre que um ser humano experimenta e compreende a misericórdia de Deus, Satanás tenta ao máximo prejudicar aquele indivíduo. Satanás não quer que sintamos conforto e misericórdia. Quer que nos sintamos ansiosos e deprimidos. Quer que cometamos erros e pecados. Satanás se desespera por jamais sentir o amor de Deus e, portanto, quer corromper tantos seres humanos quanto possível. (Satanás disse) “Disse: Juro que, por me teres extraviado, desviá-los-ei da Tua senda reta. E, então, atacá-los-ei pela frente e por trás, pela direita e pela esquerda e não acharás, entre eles, muitos agradecidos!” (Alcorão 7:16-17) Sempre que uma pessoa percebe a verdade e quer se tornar muçulmana, Satanás introduz a palavra “mas”. Quero ser muçulmano...MAS! Mas não estou pronto. Mas não falo árabe. Mas sou branco. Mas não sei muito sobre o Islã. Deus nos alertou contra Satanás e sua astúcia. "Ó Filhos de Adão, Que Satanás não vos seduza.” (Alcorão 7:27) "Posto que Satanás é vosso inimigo, tratai-o, pois como inimigo.” (Alcorão 35:6) Os sussurros de Satanás tentam nos impedir de converter ao Islã. Essas ideias não devem ser um empecilho para uma pessoa se conectar ou reconectar com o Deus Misericordioso. Nesse artigo e no próximo discutiremos alguns dos mitos mais proeminentes, os escrutinaremos e veremos que Deus é de fato Misericordioso. Ele facilita a conversão ao Islã, não a dificulta. Sem mas! 1. Quero ser muçulmano, mas não quero mudar meu nome. Uma pessoa que abraça o Islã não tem que mudar o nome. O Profeta Muhammad, que Deus o exalte, disse que todos têm o direito a um bom nome, um nome que tenha significado ou caráter. Para a vasta maioria das pessoas isso não é um problema. Entretanto, se descobrir que seu nome tem um significado ruim ou uma associação com pecadores ou tiranos, é melhor mudá-lo para algo mais aceitável. Se o nome de uma pessoa é o nome de um ídolo ou reflete servidão a algo ou alguém além de Deus, então tem que ser mudado. Lembre, entretanto, que o Islã é fácil. Se trocar o seu nome oficialmente causar dificuldade, angústia ou dano, é suficiente trocá-lo somente entre amigos e família. 2. Quero ser muçulmano, mas não sei árabe. A religião do Islã foi revelada para todos os povos, em todos os lugares e em todas as épocas. Não é uma religião exclusivamente para árabes ou para quem fala a língua árabe. De fato a maioria dos 1,4 bilhões de muçulmanos não tem origem árabe. Uma pessoa pode se tornar muçulmana sem saber uma única palavra de árabe. Isso não afeta sua habilidade de aceitar o Islã. Entretanto, a língua do Alcorão é o árabe e as orações diárias são feitas em árabe. Então, embora não seja necessário aprender a língua, depois da conversão será necessário aprender algumas palavras árabes. Se a pessoa não for capaz de aprender árabe suficiente para realizar suas orações por causa de alguma dificuldade na fala ou porque não é capaz de pronunciar o árabe, deve tentar o máximo que puder. Se não for possível aprender pelo menos um pouco de árabe, então é isenta dessa obrigação porque Deus não sobrecarrega as pessoas com mais do que são capazes de suportar. Entretanto, Deus também diz que facilitou o aprendizado do Alcorão e, portanto, é obrigatório que a pessoa faça o seu melhor. “Deus não impõe a nenhuma alma uma carga superior às suas forças.” (Alcorão 2:286) “Em verdade, fizemos o Alcorão fácil de compreender e lembrar...” (Alcorão 54:17) Um homem veio ao Profeta Muhammad e disse: “Ó Mensageiro de Deus! Ensine-me algo do Alcorão que será suficiente para mim, porque não sei ler.” Ele disse: “Diga: Subhaan-Allaah wa’l-hamdu Lillaah wa laa ilaaha ill-Allaah wa Allaahu akbar wa laa hawla wa la quwwata illa Billaah (Glorificado seja Deus, livre de toda a imperfeição. Não existe divindade exceto Allah e Deus é o Maior, não há divindade exceto Allah e não há poder ou força exceto com Deus).” [1] Entrar no Islã é fácil. É um processo simples, livre de complicações. Na parte 2 discutiremos a circuncisão, o fato de que no Islã não há restrições étnicas ou raciais e se tornar muçulmano sem saber muito sobre o Islã.Não há divindade exceto Deus. É uma afirmação simples que deve facilitar a conversão ao Islã. Existe um único Deus e uma única religião, nada pode ser mais descomplicado. Entretanto, como discutimos no artigo anterior, sempre que uma pessoa percebe a verdade e quer se tornar muçulmana, Satanás introduz a palavra mas. Quero ser muçulmano...MAS. Mas não estou pronto. Mas não falo árabe ou não quero mudar meu nome. Hoje discutiremos mais mitos que impedem as pessoas de se converterem ao Islã. 3. Quero ser muçulmano, mas não quero ser circuncisado. O profeta Muhammad disse que toda criança nasce em estado de fitrah, com o entendimento correto de Deus,[1] e as tradições do profeta Muhammad nos contam que as condições relacionadas à fitrah (estado natural de ser) são cinco. "Cinco coisas são parte da fitrah: raspar o pelo púbico, a circuncisão, aparar o bigode, remover os pelos das axilas e cortar as unhas.” [2] Acredita-se que seja a maneira antiga, a maneira natural, seguida por todos os profetas e ordenada aos crentes pelas leis que trouxeram.[3] A maioria dos eruditos muçulmanos concorda que a circuncisão é obrigatória para os homens, se não temerem que possa prejudicá-los. Ao avaliar o nível de dano um homem deve olhar para o Alcorão e os ensinamentos autênticos do profeta Muhammad em busca de orientação. Se um homem não puder ser circuncisado devido ao temor de ferimentos ou qualquer outra razão válida que possa tornar sua vida miserável, a obrigação é suspensa. Não é permissível que isso se torne uma barreira que previna o homem de aceitar o Islã[4]. Em outras palavras, não é uma condição para se tornar muçulmano. Também não previne um homem de liderar as orações.[5] Não há exigência para a circuncisão feminina no Islã. 4. Quero ser muçulmano, mas sou branco. O Islã é a religião que foi revelada para todos os povos, em todos os lugares e em todas as épocas. Não foi revelada para uma raça ou etnia em particular. É um modo completo de vida baseado nos ensinamentos encontrados no Alcorão e nas tradições autênticas do profeta Muhammad. Embora o Alcorão tenha sido revelado na língua árabe e o profeta Muhammad fosse árabe, seria errado supor que todos os muçulmanos são árabes ou que todos os árabes são muçulmanos. De fato a vasta maioria dos 1,4 bilhões de muçulmanos não são árabes. Não existem requisitos raciais ou étnicos para ser muçulmano. Em seu sermão final o profeta Muhammad reiterou esse fato muito suscintamente. “Toda a humanidade descende de Adão e Eva. Um árabe não é superior a um não-árabe, nem um não-árabe tem qualquer superioridade sobre um árabe; o branco não tem superioridade sobre o negro, nem o negro é superior ao branco; ninguém é superior, exceto pela piedade e boas ações. Saiba que todo muçulmano é irmão de outro muçulmano e que os muçulmanos constituem uma irmandade.” [6] “Ó humanos! Nós vos criamos de um homem e de uma mulher, e vos fizemos como nações e tribos, de modo que vos conheçais uns aos outros.” (Alcorão 49:13) 5. Quero ser muçulmano, mas não sei nada sobre o Islã. Não há necessidade de saber muito sobre o Islã para se tornar muçulmano. É suficiente saber o significado do testemunho e os seis pilares da fé. Uma vez que uma pessoa abraça o Islã, há tempo para aprender sobre a religião. Não existe necessidade de pressa e de ser sobrecarregado. Faça as coisas devagar, mas siga em frente de maneira constante em seu próprio ritmo. Há tempo para compreender a beleza inspiradora e a facilidade da religião e aprender sobre todos os profetas e mensageiros do Islã, incluindo o último profeta, Muhammad. Um muçulmano nunca para de aprender. É um processo que continuará até a morte. O profeta Muhammad disse: “O crente nunca terá o suficiente em ouvir coisas boas (buscando conhecimento) até que chegue ao Paraíso.”[7] 6. Quero ser muçulmano, mas cometi muitos pecados. Quando uma pessoa diz o testemunho de fé (Shahada), Testemunho que não há divindade exceto Deus e que Muhammad é o mensageiro de Deus, fica como um recém-nascido. Todos os pecados anteriores, não importa se grandes ou pequenos, são eliminados. A lousa é limpa, livre de pecado, brilhante e branca. É um novo começo. “Dize aos descrentes que, no caso de se arrependerem, ser-lhes-á perdoado o passado...” (Alcorão 8:38) Não há compulsão para que alguém aceite a verdade do Islã. Entretanto, se seu coração lhe diz que só existe um único Deus, não hesite. “Não existe compulsão na religião, Porque já se destacou a verdade do erro. Quem renegar o sedutor e crer em Deus, ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo, E Deus é suficiente como guardião” (Alcorão 2:256) Notas de rodapé: [1] Saheeh Muslim [2]Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim [3]AS-Shawkaani, Nayl al-Awtaar, Baab Sunan al-Fitrah [4] Fataawa al-Lajnah al-Daa’imah, 5/115, Al-Ijaabaat ‘ala As’ilah al-Jaaliyaaat, 1/3,4 [6]O texto do Sermão da Despedida pode ser encontrado em Saheeh Al-Bukhari e Saheeh Muslim e nos livros de At Tirmidhi e Imam Ahmad. [7] At TirmidhiTerminamos a parte 2 mencionando que quando uma pessoa se converte ao Islã, todos os pecados anteriores, não importa se grandes ou pequenos, são eliminados. A lousa é limpa, livre de pecado, brilhante e branca. É um novo começo. Entretanto, existem algumas pessoas que podem hesitar aceitar o Islã porque temem que não serão capazes de se afastar do pecado. Começamos a parte 3 discutindo esse tópico. 7. Quero ser muçulmano, mas sei que existem alguns pecados que não consigo parar de cometer. Se uma pessoa verdadeiramente acredita que não há divindade exceto Allah, deve aceitar o Islã sem demora, mesmo que acredite que continuará a pecar. Quando uma pessoa está acostumada a viver uma vida livre de quaisquer princípios morais, o Islã pode a princípio parecer um conjunto de regras e regulamentos quase impossíveis de cumprir. Os muçulmanos não bebem, não comem porco, as mulheres devem cobrir a cabeça, os muçulmanos oram cinco vezes ao dia. Homens e mulheres dizem coisas como “não consigo parar de beber” ou “acho muito difícil orar todos os dias, quanto mais cinco vezes ao dia”. Entretanto, a realidade é que quando uma pessoa aceitou que não há divindade merecedora de adoração exceto Allah e desenvolveu uma relação com Ele, as regras e regulamentações se tornam insignificantes. É um processo lento de querer agradar a Deus. Para alguns aceitar as orientações para uma vida feliz é uma questão de dias, até horas, para outros pode ser semanas, meses ou até anos. A jornada de cada pessoa no Islã é diferente. É importante lembrar que Deus perdoa todos os pecados. Um crente pode, pela misericórdia de Deus, ser admitido no paraíso independente dos pecados que tenha cometido. Por outro lado, um descrente, que adora algo ou alguém além do Único e Verdadeiro Deus, será admitido no inferno eterno. Portanto, tendo a escolha entre não aceitar o Islã ou ser um muçulmano que peca, a segunda escolha é certamente muito melhor. 8. Quero ser muçulmano, mas temo informar aos outros. Como enfatizamos repetidamente, não há nada no mundo que deva impedir uma pessoa de abraçar o Islã. Se alguém teme a reação dos outros, como os pais, irmãos ou amigos, e sente que não está pronto para informá-los, ainda assim deve se converter e tentar praticar o Islã em segredo, tanto quanto puder. À medida que o tempo passa e a conexão com Deus é estabelecida, a fé se fortalecerá e a pessoa saberá como lidar melhor com a situação. De fato, o novo muçulmano quase certamente se sentirá liberado e começará a sentir a necessidade de informar a todo o mundo sobre a beleza do Islã. Enquanto isso é uma boa ideia preparar seus amigos e família de forma lenta e sutil para as mudanças que obviamente ocorrerão. Talvez começar falando abertamente sobre Deus e religião em geral, expressar o interesse em outras crenças ou no Islã em particular. Quando uma pessoa começa a praticar o Islã, que é de fato um modo de vida, as pessoas próximas frequentemente notam uma diferença. Verão um novo respeito por elas, a família e sociedade em geral; também verão a mudança no comportamento de ansioso e infeliz para relaxado e satisfeito. O Islã é um modo de vida e é difícil escondê-lo por muito tempo. É importante lembrar que quando as pessoas souberem de sua conversão ao Islã, haverá uma reação. Algumas ficarão felizes e aceitarão e outras ficarão chateadas e desapontadas. Frequentemente os que ficam chateados superam com o tempo e começam a aceitar a mudança. E quando veem muitas mudanças positivas, podem de fato começar a apreciar sua conversão. É preciso ficar forte, determinado e saber que Deus está com você. Suas palavras e experiência podem muito bem levar outros a seguir seu exemplo. Confie em Deus, aprenda tudo que puder sobre sua nova fé e deixe a luz do Islã brilhar através de seus olhos. 9. Quero ser muçulmano, mas não conheço muçulmanos. Algumas pessoas aprendem sobre o Islã a partir de leitura, outras de observar o comportamento de muçulmanos que veem em suas cidades, algumas ainda aprendem sobre o Islã em programas de TV e, para outras, é o som do chamado para a oração. Com frequência as pessoas buscam e encontram a beleza do Islã sem nunca encontrarem um muçulmano. Simplesmente não é necessário conhecer muçulmanos antes de aceitar e se converter ao Islã. A conversão ao Islã é tão fácil quanto dizer as palavras: Testemunho que não há divindade exceto Deus e que Muhammad é Seu mensageiro. A conversão não tem que ser feita em uma mesquita (centro islâmico) e nem são necessárias testemunhas. Essas coisas, entretanto, são manifestações da irmandade do Islã e marcam o início de uma nova fé com apoio moral e espiritual de outros. Se não houver nenhum centro islâmico próximo ou muçulmanos para ajudar, pode-se simplesmente seguir o procedimento explicado em “How to convert to Islam and Become a Muslim (Como se converter ao Islã e se tornar muçulmano)”. Consequentemente, após a conversão pode ser muito útil para o novo muçulmano fazer contato com outros muçulmanos. Os membros de sua nova família espiritual podem ser encontrados em mesquitas ou centros islâmicos locais ou se apresentando aos muçulmanos que moram em sua rua, pegam o mesmo ônibus ou trabalham na mesma empresa. Entretanto, mesmo se um novo muçulmano está totalmente sozinho, está conectado a 1,5 bilhões de outros muçulmanos. Antes ou depois da conversão esse website está disponível para ajudar o novo muçulmano ou aqueles que pensam em se converter ao Islã. Existem literalmente centenas de artigos de fácil compreensão sobre o Islã. Depois de sua conversão, esse website ajudará a começar como novo muçulmano fornecendo recursos úteis e suporte online através do chat ao vivo.

Simbolo da pluralidade religiosa.

Simbolo da pluralidade religiosa.
Diversidade das manifestações religiosas.